A menos de seis meses para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), as dioceses católicas portuguesas estão a mobilizar-se para receber os jovens estrangeiros nos Dias nas Dioceses (DND), previstos para a semana de 26 a 31 de julho.

Naquela semana, segundo a organização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (JMJLisboa2023), milhares de jovens estrangeiros vão ter a oportunidade de conhecer 17 das 21 dioceses nacionais — de fora ficam as chamadas dioceses de acolhimento, Lisboa, Setúbal, Santarém e Forças Armadas e de Segurança.

“Os Dias nas Dioceses consistem num itinerário de preparação para os peregrinos e para as comunidades anfitriãs para a JMJLisboa2023. O objetivo passa por proporcionar uma experiência eclesial de partilha de fé, do ser Igreja, da comunidade, e por mostrar a riqueza das suas tradições, da cultura e do património”, sublinha a organização, acrescentando que “os Comités Organizadores Diocesanos estão a desenvolver programas adequados às suas realidades e às realidades das comunidades de acolhimentos inspirados em cinco pilares: acolhimento, descoberta, missão, cultura e envio”.

Sem dados disponíveis sobre quantos jovens estrangeiros no total estarão envolvidos nos DND, pois os contactos ainda decorrem, foi já revelado que a arquidiocese de Évora se propõe receber cerca de 5.000 jovens, enquanto a de Viana do Castelo espera cerca de 600 jovens de três dioceses francesas (Metz, Nancy e Verdun) e da arquidiocese de Lodz, da Polónia, além de cerca de 90 das dioceses de East Anglia e de Plymouth, do Reino Unido.

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Entretanto, a coordenação nacional dos DND lançou uma imagem comum com as 17 sés dos territórios que vão acolher os jovens de todo o mundo na semana antes da JMJLisboa2023.

Segundo o padre Filipe Diniz, diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, a imagem visa “mostrar as dioceses de acolhimento para os Dias nas Dioceses na sua unidade e diversidade”, já que estão representadas as 17 sés/catedrais das diversas dioceses.

A imagem dos DND apresenta as sés/catedrais, e uma concatedral (Miranda do Douro), desenhadas a partir de fotografias, com alguns pormenores identificativos de cada uma dessas igrejas, seguindo a linha gráfica da JMJ Lisboa 2023, nomeadamente as três cores principais – vermelho, verde e amarelo.

A mobilização dos jovens portugueses está a passar, nestes meses, pela peregrinação dos símbolos da JMJ pelas diferentes dioceses, encontrando-se na arquidiocese de Braga até 3 de março, dia em que entrarão na diocese de Aveiro.

Os símbolos — a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani — tradicionalmente, nos meses que antecedem cada JMJ, “partem em peregrinação para serem anunciadores do Evangelho e acompanharem os jovens, de forma especial, nas realidades em que vivem”, informa a organização da Jornada.

Com 3,8 metros de altura, a cruz peregrina, construída a propósito do Ano Santo, em 1983, foi confiada por João Paulo II aos jovens no Domingo de Ramos do ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde aí, a cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou a quase 90 países.

“Foi transportada a pé, de barco e até por meios pouco comuns como trenós, gruas ou tratores. Passou pela selva, visitou igrejas, centros de detenção juvenis, prisões, escolas, universidades, hospitais, monumentos e centros comerciais. No percurso enfrentou muitos obstáculos: desde greves aéreas a dificuldades de transporte, como a impossibilidade de viajar por não caber em nenhum dos aviões disponíveis”, segundo uma nota sobre a JMJLisboa2023, acrescentando que “em 1985 esteve em Praga, na atual República Checa, na altura em que a Europa estava dividida pela cortina de ferro, e foi aí sinal de comunhão com o Papa”.

“Pouco depois do 11 de setembro de 2001, viajou até ao Ground Zero, em Nova Iorque, onde ocorreram os ataques terroristas que vitimaram quase 3.000 pessoas. Passou também pelo Ruanda, em 2006, depois de o país ter sido assolado pela guerra civil”, adianta a nota.

Já o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços, tem 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura, e está associado a uma das mais populares devoções marianas em Itália.

“É antiga a tradição de o levar em procissão pelas ruas de Roma, para afastar perigos e desgraças ou pôr fim a pestes. O ícone original encontra-se na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e é visitado pelo Papa Francisco que ali reza e deixa um ramo de flores, antes e depois de cada viagem apostólica”, acrescenta o documento divulgado pelo gabinete de comunicação da JMJLisboa2023.