O presidente da Câmara Municipal de Oeiras garantiu esta segunda-feira que o alargamento da ribeira de Algés vai avançar, obra que pretende evitar cheias na Baixa de Algés, como as que ocorreram em dezembro de 2022.

Durante a cerimónia de entrega dos primeiros apoios municipais a comerciantes locais afetados pelas cheias de dezembro de 2022, realizada esta segunda-feira, o autarca Isaltino Morais (independente) afirmou que está “encaminhada” a solução para evitar o “refluxo” da ribeira.

“Perante a mediatização da situação atual, foi possível à câmara reunir com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e parece que as coisas estão encaminhadas para finalmente se avançar com a regularização da ribeira“, explicou Isaltino Morais, afirmando que a solução passa por “duplicar” dois troços do curso de água.

Já em declarações à agência Lusa, o autarca detalhou que a parte da ribeira entre a Praça D. Manuel I e a linha de caminho-de-ferro já foi alargada aquando da construção do viaduto da CRIL (Circular Regional Interior de Lisboa), faltando aumentar os troços entre o Largo Comandante Augusto Madureira e a praça, e entre a linha de comboios e a foz.

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Resolvendo este problema, esta zona vai funcionar muito melhor porque não haverá refluxo”, garante, pois o último troço é mais “estreito”, o que leva a uma maior concentração de água a montante, argumentou.

Nesta altura, “está-se a negociar com a APA a revisão do projeto”, apontou o presidente da câmara localizada no distrito de Lisboa, estimando o custo das obras entre a linha de comboios e a foz até cinco milhões de euros.

Isaltino Morais remeteu a coordenação da obra para o Estado, visto tratar-se de uma ribeira intermunicipal, e diz ainda que o município está disponível para pagar metade do investimento.

Sobre os apoios que o Governo se comprometeu a atribuir, na sequência dos prejuízos registados pelas autarquias decorrentes das cheias de dezembro de 2022, o autarca independente disse que o executivo nacional “ainda não decidiu como dará esses apoios”, pelo que avançou com apoios municipais, que são mais “flexíveis”.

Em janeiro, o Governo anunciou que o mau tempo registado entre o final de 2022 e o início de 2023 causou prejuízos de 293 milhões de euros no território continental, ascendendo o volume de apoios a conceder a cerca de 185 milhões de euros.

Oeiras estabeleceu um fundo de 1,5 milhões de euros destinados a comerciantes e esta segunda-feira pagou os primeiros apoios entre 21 candidaturas, fazendo chegar os restantes pagamentos nos próximos dias, embora o município aceite mais pedidos de ajuda por parte de comerciantes até abril.

As cheias e inundações que ocorreram em dezembro do ano passado afetaram em particular, neste concelho, a Baixa de Algés, onde morreu uma mulher.

O presidente da autarquia apontou como principais obras em curso a reconstrução de um muro no Dafundo, que levou ao condicionamento da circulação automóvel, com um custo estimado de um milhão de euros, e a recuperação do Centro de Saúde de Algés, num investimento de 500 mil euros.

Apesar de esta infraestrutura estar num leito de cheia, Isaltino Morais garantiu que o centro de saúde não será deslocalizado porque “faz falta em Algés” e “tem de estar próximo das pessoas”, estando agora protegido com um taipal.