O antigo secretário de Estado Sérgio Monteiro disse esta sexta-feira à Lusa estar “obviamente disponível” para prestar todos os esclarecimentos que os deputados considerem necessários sobre a privatização da TAP, afirmando ter interesse que o assunto possa ser “conversado”.

Estou obviamente disponível para, no parlamento, no sítio certo, prestar todos os esclarecimentos que forem entendidos por convenientes, na Comissão, pelos senhores deputados”, afirmou o antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações no governo de Pedro Passos Coelho.

O líder da bancada socialista, Eurico Brilhante Dias, anunciou na quinta-feira que o grupo parlamentar do PS vai convidar “de imediato” o antigo ministro da Economia António Pires de Lima e o ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro para explicarem a preparação da operação de privatização da TAP.

Sérgio Monteiro afirmou ter “não só gosto, mas interesse em que este assunto possa ser conversado“.

No XIX Governo, o gestor foi secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações entre junho de 2011 e outubro de 2015, lidando com dossiês como as privatizações da TAP, da ANA e dos CTT.

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Também o antigo ministro da Economia António Pires de Lima disse à Lusa que não teme qualquer esclarecimento sobre a privatização da TAP, referindo que tudo o que foi feito “é escrutinável e explicável” e do conhecimento do atual Governo.

Não temo qualquer esclarecimento, tudo aquilo que se fez durante aquele período de 2014, 2015, é escrutinável, tem a sua racionalidade, é explicável e mais: é do conhecimento do atual Governo, pelo menos desde 2016 ou 2017, quando o Governo concretizou a nacionalização da empresa”, afirmou Pires de Lima.

Irei ao parlamento com gosto e no sentido, obviamente, de procurar esclarecer qualquer dúvida que exista por parte dos membros da Assembleia da República”, reforçou António Pires de Lima, que foi ministro da Economia entre 2013 e 2015, no governo liderado por Pedro Passos Coelho.

Pires de Lima manifestou ainda “alguma surpresa” por ter sido constituída uma comissão de inquérito “para avaliar a gestão política e a gestão propriamente dita da TAP no período de 2020 a 2022” e depois de este ter sido chamado pelo Partido Socialista (PS) para esclarecimentos fora desta janela temporal.

Portanto, “eu vou ser chamado ao parlamento, fora desta comissão de inquérito, numa manifestação que me parece claramente que procura distrair as pessoas da comissão de inquérito que foi aprovada para o período 2020-2022 e que entra em funções na próxima semana, segundo aquilo que eu percebi”, prosseguiu.

A comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP, proposta pelo Bloco de Esquerda (BE), vai tomar posse no próximo dia 22 de fevereiro.