Era tarde demais quando o treinador do RB Salzburgo, Matthias Jaissle, se dirigiu aos seus jogadores, assim que o árbitro apitou para o intervalo, e lhes levou a confiança que transmitia pela linguagem corporal. O alemão começou a distribuir palmadinhas nas costas pelos cabisbaixos atletas da equipa austríaca para os motivar para o que restava. Enquanto isso, José Mourinho esfregava as mãos com vantagem que já tinha ao intervalo (2-0), resultado com que a partida do playoff da Liga Europa terminou e permitiu oficializar a reviravolta na eliminatória.

A AS Roma partia em desvantagem para a segunda mão após ter perdido por 1-0 em Salzburgo. Os giallorossi vinham com sede para vingar a derrota sofrida aos 88 minutos na Áustria. A ânsia notou-se logo à entrada. No mesmo lance, Dybala acertou duas vezes nos ferros. Primeiro ao poste, depois à barra. Se os remates do argentino aos ferros fossem pancadas num sino, eram o alerta para o que a AS Roma queria fazer no Estádio Olímpico.

O remake de Mourinho com Mourinho, quase 20 anos depois: Salzburgo bate Roma no final (e com técnico vencedor a correr pela linha)

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Na origem dos dois golos esteve o mesmo nome: Leonardo Spinazzola. O lateral dinamizou o corredor esquerdo ao ponto de ambos os lances decisivos nascerem por ali. “Treino todos os dias para estar no meu melhor. Umas vezes consigo, outras vezes não. Estou feliz com o jogo e com o desempenho da equipa”, disse no final. O desempenho do internacional italiano mereceu um apontamento de Mourinho. “O Spinazzola voltou bem, mas é fácil jogar bem quando os outros jogam bem”.

Aberta a porta, era só entrar e aí os protagonistas foram Andrea Belotti (33′) e Paulo Dybala (40′) que adiantaram a equipa que teve as redes defendidas por Rui Patrício. No caso do argentino, chegou aos 12 golos esta temporada e continua a ser o melhor marcador da equipa. “Foi um jogo difícil, mas jogámos como se estivéssemos numa final“, comentou La Joya.

José Mourinho teve azar pelo facto do jogo não valer pontos. A AS Roma teria uma missão muito mais facilitada caso assim fosse, pois, quando o treinador português lançou em campo Tammy Abraham, o avançado, protegido por uma máscara, levava consigo os seis com os quais foi suturado junto ao olho após ter sido acidentalmente pontapeado por um colega de equipa no jogo anterior da Serie A.

A AS Roma segue assim em frente com um agregado favorável de 2-1. “Conseguimos um resultado importante. Foi um jogo completo a todos os níveis. A equipa, o grupo, a solidariedade… Gostei de tudo. Não posso deixar de dizer que fizemos grande trabalho”, expôs Mourinho. Por outro lado, Matthias Jaissle não sai de Itália satisfeito. “Foi uma derrota pesada. A AS Roma jogou melhor e mereceu a vitória. Não conseguimos fazer muitos remates à baliza. Tentámos, mas não conseguimos”.