É quase uma lei entre os treinadores: não se trocam jogadores em momento de bola parada defensiva. O treinador do Real Madrid, Carlo Ancelotti violou a regra e sofreu com a devida penalização. O Atlético de Madrid marcou num livre lateral em que o jovem urugauio de 18 anos, Álvaro Rodríguez, na primeira ação que teve no jogo após saltar do banco, falhou na marcação ao compatriota José María Gímenez. Não era por a jovem promessa merengue ter debilidades no jogo aéreo, tal como se veio a provar momentos depois ao salvar o empate a um no dérbi da capital espanhola a contar para o Campeonato Espanhol.

Foi um reencontro entre duas equipa que jogaram uma contra a outra no final de janeiro para a Copa do Rei num encontro que, no final dos 90 minutos, também terminou 1-1, muito embora, no prolongamento, o Real tenha saído por cima na eliminatória (3-1).

O Real Madrid já estava sem margem para tropeções. A diferença para o líder Barcelona torna-se a cada jornada mais difícil de recuperar. Objetivamente, o Atlético de Madrid está arredado da luta pelo título — à entrada para a jornada 23 distava 28 pontos do primeiro lugar –, mas a rivalidade e o historial faziam antever que os colchoneros iam disputar o jogo como se de uma final se tratasse.

Os merengues vinham de uma vitória sólida em Anfield por 5-2 diante do Liverpool em jogo dos oitavos de final da Liga dos Campeões. Carlo Ancelotti era, por isso, um treinador satisfeito. “Vejo a equipa bem. Saímos do jogo da Champions com boas sensações e boas dinâmicas. Vai ser um jogo especial contra uma equipa que está num bom momento”.

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Apesar de estar no quarto lugar, o Atlético de Madrid não perdia há seis jogos. O treinador colchonero, Diego Simeone, comentou o momento positivo. “A equipa está melhor, porque estamos a jogar mais e voltámos a ter o Koke no meio. Transitamos melhor, mas sofremos mais defensivamente”, admitiu.

O argentino deixou em aberto quem iria jogar ao lado do internacional espanhol no meio-campo, fruto das ausências de Rodrigo De Paul e Kondogbia. A questão concreta passava por perceber se o técnico apostaria num jogador da formação do Atlético para o dérbi. “Não vou entrar em detalhes, pode-se vir a suceder, mas procuro as melhores opções”, disse sem revelar quem jogaria no miolo frente ao Real Madrid. A verdade é que o jovem de 19 anos, Pablo Barrios alinhou no centro do terreno.

Também no meio-campo do Real Madrid, houve novidades. Modric e Camavinga ficaram no banco de suplentes e Dani Ceballos e Toni Kroos entraram como titulares. Na ausência de Rodrygo, também houve mudança no ataque: Marco Asensio jogou à direita.

Naturalmente, o Atlético estava precavido para a força do adversário e deu prioridade a um processo defensivo consistente baseado numa linha de cinco elementos atrás. No entanto, cedo no encontro, os colchoneros perderam Reinildo que saiu de maca devido a lesão, obrigando a uma reformulação do setor recuado que, não perdendo a forma, ganhou outros intérpretes.

Carrasco deslocou-se para  atuar como ala-esquerdo e, com espaço para se projetar passou a conseguir levar os rojiblancos para o ataque com mais perigo. Foi o próprio belga que levou perigo à baliza de Courtois com um canto que quase entrava diretamente na baliza, mas que esbarrou no poste e, mais tarde, conduziu uma jogada de um para um com Carvajal e passou para Griezmann colocar de novo o Real Madrid sob aviso. O volume ofensivo do Atlético não era avassalador. No entanto, o que sobrava em verticalidade aos comandados de Simeone, escasseava aos de Ancelotti.

Os que defendiam mais causavam mais perigo. Tudo parecia paradoxal. E esta tese ainda viria a ganhar maior reforço quando Ángel Correa foi expulso por dar uma cotovelada em Rüdiger e mesmo assim, pouco depois, José María Gímenez (78′) — que entrou para o lugar de Reinildo — saltou mais alto que o seu opositor direto em colocou o Atlético na frente. No entanto, a vantagem durou pouco tempo já que Álvaro Rodríguez (85′) logo de seguida empatou o jogo.

Num final emotivo, o Real Madrid ainda tentou a cambalhota no marcador, mas foi incapaz de voltar a marcar. Deste modo, os merengues podem perder ainda mais terreno para o Barcelona que joga este domingo com o Almería. O resultado também não é positivo para o Atlético que pode ver a Real Sociedad fugir na luta pelo terceiro lugar.