Não foi uma má classificação, poderia ser uma melhor classificação. Depois do segundo lugar na chegada ao Alto do Malhão, que o colocava na terceira posição da geral antes do último contrarrelógio em Lagoa de 24,4 quilómetros, as coisas não correram de feição a João Almeida na Volta ao Algarve, descendo ao sexto posto no seguimento de uma última etapa muito discreta. Estaria o português a perder capacidade nas tiradas a solo que eram um dos seus grandes predicados ou tinha sido apenas um dia menos conseguido?

“Regra geral faço um balanço muito positivo. No fundo, foi a primeira corrida da época e acho que até correu bem. No contrarrelógio houve um erro de comunicação com o carro, acho que poderia ter medido melhor o meu esforço nesse sentido. Então, termino descontente, obviamente. O objetivo era estar, pelo menos, no pódio. É assim o ciclismo. Há que ver o lado positivo: não tive quedas e a forma está bastante boa”, referiu no final da prova algarvia, explicando também a queda de três lugares na classificação geral devido ao mau contrarrelógio na última etapa. Seguia-se no calendário da época a participação na Tirreno-Adriático, que começava logo com uma tirada de 11,5 quilómetros de contrarrelógio em Lido di Camaiore.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As condições não estavam propriamente boas para muitos dos corredores que partiram para a estrada na primeira metade do dia, sendo que até granizo caiu. Assim, e durante largos minutos, foi o norte-americano Magnus Sheffield que liderou parcialmente a classificação até o tempo abrir e alguns dos grandes “canhões” saírem para a estrada. Era a vez de João Almeida mostrar que o Algarve tinha sido apenas percalço, já depois de Nelson Oliveira, em dia de 34.º aniversário, ter feito uma marca muito positiva de 13.17. E esse objetivo foi mesmo conseguido, com mais uma presença no top 10 de uma etapa em corridas do World Tour.

Num crono ganho com um tempo fabuloso por Filippo Ganna da Ineos (12.28), Lennärd Kamna, da Bora, acabou de seguida a 28 segundos e Sheffield, também da Ineos, terminou em terceiro a 31 segundos. João Almeida foi o sétimo classificado a 41 segundos, atrás do companheiro de equipa na UAE Team Emirates Brandon McNulty (quinto a 34 segundos) mas à frente de muitos nomes fortes do pelotão com possibilidade de discutirem a vitória da classificação geral como o regressado Primoz Roglic, Mathieu van der Poel, Aleksandr Vlasov, Jai Hindley, Ben O’Connor, Enric Mas ou Giulio Ciccone. Já Nelson Oliveira ficou com o 13.º tempo, sendo o melhor corredor de toda a equipa da Movistar neste primeiro contrarrelógio.