A atividade da indústria transformadora da China estabilizou, em março, após ter registado uma forte recuperação em fevereiro, quando atingiu o maior ritmo de expansão em oito meses, indica uma análise publicada pela revista Caixin.

O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês), elaborado pela empresa de informação económica britânica IHS Markit, passou de 51,6 pontos, em fevereiro, para 50, em março.

Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do setor, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contração da atividade. O índice é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo.

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Embora tenha evitado cair de novo na zona de contração, onde se situou por seis meses consecutivos e até janeiro, os dados do PMI agora divulgados estão bem abaixo das previsões dos analistas, que apontavam para uma aceleração ainda maior, para os 51,7 pontos.

A medição oficial, divulgada na sexta-feira pelo Gabinete de Estatísticas da China, também expôs um abrandamento no ritmo de crescimento, ao passar de 52,6 pontos, em fevereiro, para 51,9, em março.

“A atividade na indústria transformadora estabilizou após registar rápida recuperação em fevereiro”, disse um economista da Caixin Wang Zhe, observando que a procura e a oferta no setor “enfraqueceram significativamente” no mês passado, o que mostrou que “os alicerces” da recuperação económica da China “ainda não são sólidos”. Esta interpretação é partilhada pelas autoridades.

Wang sublinhou, porém, que os empresários inquiridos para a elaboração do PMI continuam a mostrar “forte confiança” na recuperação da economia, após o fim da política de “zero Covid”, que deprimiu a atividade económica, no ano passado.

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O economista salientou que a recuperação da indústria transformadora vai depender do impulso da procura a nível interno, especialmente do consumo das famílias, pelo que apelou às autoridades para se concentrarem na “estabilização do emprego, no aumento dos rendimentos das famílias e na melhoria da confiança do mercado”.