A Moody’s reviu esta terça-feira em alta vários “ratings” da TAP, passando para positiva a perspectiva da empresa depois de um aumento da lucratividade desde a última revisão da avaliação, em abril do ano passado.

Num comunicado, a agência de notação financeira anunciou que reviu em alta os “ratings” de família empresarial (CFR) da TAP para B2, de B3, e o da probabilidade de incumprimento para B2-PD, de B3-PD. Da mesma forma, subiu também o “rating” da emissão obrigacionista de 375 milhões de euros da companhia de B3 para B2. Em simultâneo, a avaliação base de crédito melhorou de caa1 para b3.

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Esta melhoria reflete, segundo a agência, “tanto a forte melhoria na lucratividade operacional da empresa desde a última melhoria, em abril de 2022, como a melhoria concomitante nas métricas de crédito”.

O forte desempenho da TAP em 2022 foi empurrado pela sua base de clientes de lazer e pela sua exposição às rotas do norte do Atlântico e do Brasil, “que foram duas rotas à tona” nesse ano.

A Moody’s destacou as melhorias nos indicadores lugares-quilómetro (Available Seat-Kilometers, ASK) e do “load factor”, que se situaram em 87% e 80%, respectivamente, do valor de 2019.

A receita por ASK ficou 21% acima dos valores de 2019 e também o “controlo de custos” foi elogiado pela agência de notação, que registou que o custo por ASK recuou quase 2% face a 2019 sem o custo do combustível. Já a margem EBIT foi de 8,5%, “bem acima da margem de 2,9% em 2019”.

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Para este ano, a Moody’s estima que a TAP “deve continuar a beneficiar de condições de mercado favoráveis em 2023“.

“Apesar de ambientes inflacionários e de enfraquecimento da economia, a recuperação do tráfego de passageiros deverá continuar. As tendências de reserva continuam positivas tanto em volume como em rendibilidade”, diz a agência, assinalando que, “a par do resto da indústria, a TAP continua a experienciar um ambiente de preços robustos” que permite ultrapassar os custos elevados com combustíveis.

A Moody’s sustenta a melhoria da notação CFR para B2 em três fatores: a localização estratégica em Lisboa e respectiva quota de mercado, estruturas de custo competitivas com outras companhias europeias com custos mais baixos com pessoal e várias rotas exclusivas entre Europa e Brasil.

Entre os motivos para a construção da notação, a Moody’s assinala o tamanho reduzido da frota operada, o desempenho volátil e historicamente fraco – mesmo depois da privatização parcial em 2015 – ou baixa lucratividade pré-pandémica.

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A TAP obteve um lucro de 65,6 milhões de euros em 2022, informou em março a companhia que regressou aos resultados positivos após prejuízos de 1.600 milhões em 2021 e antes do previsto no plano de reestruturação.