Suspenso de funções pelo arcebispo de Braga, depois de ter sido identificado na lista da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica, o padre Albino Meireles foi detido na passada sexta-feira por posse de arma proibida.

De acordo com o Jornal de Notícias, o padre de Serzedo e Calvos, em Guimarães, foi alvo de buscas domiciliárias, feitas no âmbito da investigação dos abusos sexuais na Igreja, e o Correio da Manhã acrescenta que as autoridades acabaram por encontrar uma arma em casa da mãe deste pároco de 45 anos, em Lousada. O padre foi detido, constituído arguido e libertado posteriormente.

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Albino Meireles tinha duas paróquias a seu cargo, foi afastado pelo arcebispo de Braga no dia 9 de março deste ano e a denúncia sobre os alegados abusos sexuais chegou à Polícia Judiciária no ano passado, já depois de ter sido enviada para D. José Cordeiro, arcebispo de Braga. Dos oito padres de Braga, o de Albino Meireles é o único que consta no relatório da comissão independente.

Há cerca de três semanas, D. José Cordeiro publicou uma carta em que reconheceu os erros e encobrimentos da Igreja, recusando, no entanto, que exista uma “conspiração silenciosa”. O arcebispo referiu-se ao relatório da Comissão Independente para reconhecer que no passado a Igreja desvalorizou, encobriu, silenciou e não tratou como prioridade casos de abusos, “arrastando consigo erros, omissões e negligências”. E pediu perdão, a propósito do afastamento do padre Albino Meireles.

Na carta publicado, D. José Cordeiro salientou ainda a  importância de “abrir caminhos de reconciliação e de acompanhamento terapêutico” para os abusadores. O argumento é que a Igreja, mesmo afastando um padre suspeito, “não o pode abandonar”, porque “a redenção é sempre possível” e “só o amor converte”. “Como discípulos de Cristo, acreditamos que uma pessoa se pode abrir à graça do perdão e deixar-se transformar, mudando de vida e de atividade, deixando-se ajudar e acompanhar, porque apesar de ninguém estar irremediavelmente perdido, ninguém se salva sozinho”, defende o arcebispo de Braga.