O Patriarcado de Lisboa fez questão de reafirmar o “reconhecimento de inocência” de Mário Rui Leal Pedras, pároco das igrejas de São Nicolau e da Madalena, em Lisboa, “de forma pública e pessoalizada”, no âmbito de denúncias relacionadas com abusos sexuais na Igreja Católica.

O comunicado do Patriarcado de Lisboa enviado esta segunda-feira às redações chega quase seis meses depois do Relatório Final da Investigação Prévia, datado de 23 de novembro de 2023, que já considerava que o padre em questão devia “ser tido por inocente de tudo quanto lhe foi imputado e considerado para todos os efeitos como não tendo praticado os factos em causa”. “De facto, nada do que foi resultante da averiguação efetuada pode pôr em causa essa inocência”, lê-se agora no comunicado.

O nome de Mário Rui Leal Pedra, conhecido nos meios eclesiásticos mais tradicionalistas e diretor espiritual de André Ventura, constava da lista de alegados abusadores sexuais de menores que a Comissão Independente entregou na Diocese de Lisboa no ano passado. O padre em questão foi um dos quatro sacerdotes que foram afastados temporariamente das suas funções pelo Patriarcado de Lisboa.

Três meses depois, uma investigação do Patriarcado terá concluído que as denúncias não eram verdadeiras e o pároco das igrejas de São Nicolau e da Madalena voltou a celebrar missas, num comunicado “sem identificação de nomes”, ao contrário no agora emitido. Na altura, Mário Rui Pedra disse ter sido alvo de uma “denúncia anónima, falsa, caluniosa” e garantiu que ia fazer tudo o que estivesse ao seu alcance, incluindo recorrendo aos tribunais, para “desmascarar” quem o denunciou.

No texto divulgado esta segunda-feira pelo Patriarcado de Lisboa, sublinha-se que “o Senhor Padre Mário Rui sempre declarou a sua inocência”. “Lamentamos ter sido ferido na sua honra e reputação, dado que ‘a conclusão a que se chegou foi de que se não logrou apurar nenhum indício, de comportamentos dignos de censura por parte daquele senhor Padre, nomeadamente os imputados. Daí que o mesmo retomou de imediato a plenitude das suas funções pastorais sendo o processo arquivado’, como se lê no Relatório Final da Investigação Prévia”, conclui-se.

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