O antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes, diz “se vivêssemos tempos normais” o “Governo tinha sido demitido esta semana e estaríamos a caminho da dissolução”. No programa de comentário semanal na SIC Notícias, Marques Mendes destacou que estes “episódios [relacionados com a TAP] são mais graves do que os que levaram Jorge Sampaio a demitir Santana Lopes”. O comentador político, que é também conselheiro de Estado, diz que o Presidente da República terá, no mínimo, de “mostrar um cartão amarelo ao Governo”.

Ainda sobre a atuação do Presidente, Marques Mendes diz que é “expectável” que Marcelo Rebelo de Sousa fale em breve. E pressiona: “Alguma coisa tem de ser dito e feito”. Apesar de tudo isto, Marques Mendes reconhece que a conjuntura não é a melhor para demitir o Governo, uma vez que o país enfrenta uma “crise económica séria” e que as “eleições antecipadas ocorreram há apenas um ano.” Mas deixa outro aviso ao Governo: “A degradação do Estado tem limites”. E diz que, se Costa não mudar, “pode tornar inevitável uma dissolução lá para 2024.

O comentador político diz ainda que “não é aceitável que o primeiro-ministro ainda não tenha dito uma palavra” sobre o que se passou na TAP e pede a António Costa que reponha a “liderança” e autoridade que é exigida à chefia do Governo.

Mas se a TAP está a ser má para o Governo, também a está a ser para o futuro do PS. Para Marques Mendes as novas revelações da TAP não são apenas um “enorme abalo na credibilidade para o Governo”, mas também para os “principais candidatos à liderança do PS“. Isto porque, o ministro das Finanças, Fernando Medina, “está fragilizado” por passar a ideia de que houve “negligência” ao ter nomeado Alexandra Reis sem se informar sobre a indemnização.

Sobre Pedro Nuno Santos, Mendes fala em “rombo enorme” na sua reputação política, dizendo que até “pode vir a ser líder do PS”, já que “aí fala o aparelho”, mas antecipa que tem “muitas dúvidas que alguma vez seja primeiro-ministro”. Mendes diz que Pedro Nuno Santos “mentiu desde o início” e define-o como o “culpado de tudo”.

Marques Mendes deixa ainda críticas ao ministro João Galamba, considerando que “a ideia de fazer uma reunião do PS com a CEO da TAP para preparar uma audição parlamentar é o cúmulo da promiscuidade política“. Sobre esta reunião, o antigo líder do PSD pede ainda a intervenção do presidente da AR, “já que gosta muito de fazer pedagogia política”, devia pronunciar-se.

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