O Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu esta terça-feira a existência de nervosismo nos mercados devido à instabilidade bancária e pediu às entidades reguladoras que monitorizem de perto possíveis “focos de vulnerabilidade” no setor.

Durante uma conferência de imprensa em Washington para apresentar o novo relatório de perspetivas globais, o diretor de investigação da instituição, Pierre-Olivier Gourinchas, garantiu que os bancos estão numa posição muito mais robusta do que há quinze anos, pouco antes da crise financeira de 2008.

No entanto, reconheceu que os investidores tendem a procurar “o elo mais fraco”, pelo que recomendou que as autoridades façam todos os possíveis para identificar riscos no setor bancário ou noutras instituições financeiras, para evitar que a instabilidade se alastre ao resto da economia.

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No relatório, os especialistas do FMI alertaram para a “sombra” que paira sobre a economia mundial com a incerteza bancária que eclodiu após a falência nos Estados Unidos do Silicon Valley Bank (SVB), afetada pela política de subida das taxas de juro da Reserva Federal norte-americana (Fed) para combater a inflação.

Gourinchas explicou que a situação obriga a dar maior ênfase aos riscos que a economia global enfrentaria caso uma maior incerteza levasse o setor bancário a restringir o crédito.

Esse cenário significaria um “crescimento próximo de zero do PIB per capita” em 2023, o que, no entanto, também serviria para reduzir a inflação em cerca de um ponto percentual, segundo o relatório.

A instituição recomenda que os bancos centrais mantenham por enquanto a atual política monetária para combater a inflação.