O líder do PSD considerou esta quinta-feira que “o maior problema na política portuguesa é o socialismo” e apontou a visão estatizante do PS como a principal linha de demarcação entre socialistas e sociais-democratas em Portugal.

Antes de um almoço com os três autarcas do PS da Área Metropolitana de Lisboa (Mafra, Cascais e Lisboa), Luís Montenegro foi questionado pelos jornalistas se acompanha as afirmações do secretário-geral do PS António Costa, nos 50 anos do partido, de que os populismos são uma grande ameaça à democracia.

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“O maior problema que encontro na política portuguesa é mesmo o socialismo, que tem gerado empobrecimento, perda de oportunidades, baixos salários, que nos tem remetido para a cauda da Europa”, respondeu Montenegro.

Já sobre as acusações de que a direita tem “a inveja no seu ADN”, o líder do PSD considerou-a “completamente deslocada” e contrapôs que o que o partido tem “é muito mais ambição, mais esperança e mais confiança na capacidade dos portugueses”, acusando António Costa de “aplicar ao contrário” a máxima do socialista António Guterres de que as pessoas não são números.

“O dr. António Costa trata os portugueses por números, mas os portugueses não são estatísticas”, disse.

Montenegro apontou como exemplo máximo da demarcação entre socialismo e social-democracia em Portugal a forma como tem sido gerida a TAP e, questionado novamente sobre as acusações ao Governo de “machada nas instituições”, reiterou as exigências do PSD no âmbito da comissão parlamentar de inquérito.

“Queremos ter acesso a toda a documentação que possa esclarecer o país dos contornos na base da decisão de cessação de funções por justa causa” da CEO e do chairman da TAP, considerando “estranho e espantoso” que “ninguém confirme a existência de um parecer a atestar a segurança da fundamentação”.

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“Estamos a dar uma última oportunidade ao Governo para emendar a mão”, disse.

Com os autarcas de Lisboa, Carlos Moedas, e de Mafra, Hélder Sousa Silva, atrás de si (Carlos Carreiras chegou ao almoço pouco depois), Montenegro reiterou o objetivo de reforçar a representação autárquica na Área Metropolitana de Lisboa e, a nível nacional, recuperar a liderança da Associação Nacional dos Municípios Portugueses.

Este almoço insere-se na iniciativa Sentir Portugal, um compromisso de Luís Montenegro de passar uma semana por mês em cada distrito do país, e esta semana dedicada a Lisboa.

“Tenho sentido uma grande esperança e uma grande recetividade na rua e queixas muito veementes sobre a atuação do Governo”, apontou.