A Nissan Motor teve um lucro líquido de 221.900 milhões de ienes (1.509 milhões de euros) no ano que terminou em março, um aumento homólogo de 3% atribuído à rentabilidade da estratégia de vendas e à desvalorização do iene.

No ano fiscal entre abril de 2022 e março passado, o lucro operacional da fabricante automóvel japonesa cresceu 52% para 377.109 milhões de ienes (2.564 milhões de euros), enquanto o seu volume de vendas aumentou 25,8% para 10,6 biliões de ienes (72.090 milhões de euros), segundo os resultados esta quinta-feira apresentados pela empresa.

O diretor financeiro da Nissan Motor, Ashwani Gupta, atribuiu os resultados à “melhoria continua na qualidade e lucratividade das vendas”, algo que a empresa alcançou, apesar de “um ambiente muito desafiador” devido à inflação de preços, matérias-primas ou problemas na cadeia de suprimentos.

A empresa com sede em Yokohama (ao sul de Tóquio), a segunda maior fabricante japonesa de veículos em volume de vendas, fabricou um total de 3,38 milhões de veículos no ano passado, uma queda de 0,7%.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Nissan conseguiu aumentar as vendas em 33% no mercado interno, 6,6% na América do Norte e 4,4% na Europa, enquanto no resto da Ásia caíram 16,3%.

O diretor de operações da empresa destacou que esta evolução das vendas foi influenciada pelas “constantes limitações logísticas e de abastecimento” e pelas restrições aplicadas na China devido ao coronavírus durante o último exercício financeiro.

A Nissan Motor também foi afetada, como outras empresas da indústria automóvel, pelo forte aumento do custo das matérias-primas, cujo impacto negativo nas contas foi estimado em cerca de 500.000 milhões de ienes (3.400 milhões de euros).

A empresa enfrentou estas dificuldades “com maior flexibilidade” e com uma estratégia de marketing “focada em melhorar a rentabilidade dos seus modelos topo de gama”, segundo Gupta, que também destacou o efeito positivo de um iene fraco, que acabou por ser benéfico na altura de repatriar lucros.

Adeus, concessionários! Nissan (também) opta pelas agências

Além disso, a Nissan anunciou em outubro passado a saída de todos os seus negócios na Rússia, o que deixou um passivo nas contas de cerca de 100.000 milhões de ienes (689 milhões de euros).

O diretor de operações da empresa destacou ainda o aumento de 11% na percentagem de veículos elétricos vendidos no ano passado, depois de um crescimento de 7% no ano anterior.

Estes valores vão ao encontro da meta da empresa de ter mais de 55% das vendas em veículos com tecnologia elétrica até 2030, segundo Gupta.

Nissan entra na guerra de preços dos eléctricos e tira 8470€ ao Ariya. Para já na China

Olhando para o atual ano fiscal, a Nissan espera “continuar a melhorar os seus lucros” através da “transformação de negócios”, apesar de se prever um ambiente de negócios “ainda mais complexo”, disse o presidente e diretor executivo da empresa, Makoto Uchida.

Para o corrente ano, que terminará em março de 2024, a Nissan Motor prevê aumentar o lucro líquido em 42%, para 315.000 milhões de ienes (2.142 milhões de euros).

As estimativas da empresa apontam para um aumento do lucro operacional de 38%, para 520.000 milhões de ienes (3.535 milhões de euros), e de 17% no volume de negócios, para 12,4 biliões de ienes (84.307 milhões de euros).