Um encontro decidido por um ponto, outro a ir a prolongamento, outro ainda com oito pontos de diferença mas que teve vários períodos com resultado encostado. FC Porto e Sporting têm na presente temporada dois estilos de jogo cada vez mais semelhantes e que em confronto direto promovem bons espectáculos de basquetebol com resultado imprevisível, como aconteceu nos dois primeiros da fase regular que sorriram aos dragões. No entanto, e quando as decisões começam a pesar mais nos momentos de decisão, esse filme muda. E foi isso que aconteceu no jogo 2 das meias-finais do Campeonato no Dragão Arena, depois do triunfo verde e branco no domingo que colocou a vantagem do fator casa do lado do conjunto lisboeta.

Sporting conquista fator casa: leões derrotaram o FC Porto no primeiro jogo das meias-finais

“Não foi a entrada que queríamos mas o que faltou realmente foi o segundo quarto. São duas equipas muito equilibradas com caraterísticas que se equiparam em muitos fatores, quer ofensivos como defensivos. Esse período marcou uma diferença que nos castigou. Mostrámos caráter e competência ao mantermo-nos no jogo e recuperarmos muitos pontos, demonstrámos que estamos prontos para ganhar os jogos que nos faltam. Toda a equipa, tanto jogadores como staff, tem experiência nestes momentos de playoff. Há que corrigir alguns pormenores, mudar algo para surpreender, embora não seja fácil. Mentalmente vamos estar prontíssimos”, destacara João Pedro Gonçalves, adjunto de Fernando Sá na equipa técnica do FC Porto.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“De bom podemos levar a vitória, que é excelente. Perdemos 14 ressaltos defensivos para o FC Porto, um dado que é negativo e para sermos mais assertivos temos de ver o vídeo, analisar e corrigir. Vamos corrigir certas coisas, o adversário fará o mesmo, mas estaremos aqui com a mesma ambição e a mesma força mental para tentar ganhar o jogo. Esta vitória dá-nos confiança mas só demos o primeiro de três passos. Foi importante, mas não definitivo”, salientara Pedro Nuno Monteiro, treinador do Sporting.

Não havendo esse cariz decisivo como uma eliminatória de uma taça, muito da eliminatória passaria pela jogo 2, com o FC Porto proibido de perder sob pena de ir jogar duas vezes ao Pavilhão João Rocha sem ter margem de erro e o Sporting a querer fazer o xeque à eliminatória depois do triunfo inaugural. No final, apesar da grande recuperação nos últimos minutos de um conjunto azul e branco com grande coração, os leões voltaram a ser mais fortes, chegando ao 2-0 na eliminatória que coloca a equipa apenas a um triunfo da fase decisiva contra Benfica ou Ovarense, numa fase em que os encarnados lideram por 2-0.

Ao contrário do que tinha acontecido no primeiro encontro, Pedro Nuno apostou em Lonkovic de início, o que deu superioridade no jogo interior ao Sporting e vantagens curtas até a um lance em que uma falta dura de Armwood sobre Brian Concklin incendiou os ânimos por alguns momentos. Com Voytso em destaque nos azuis e brancos, a partida entrou depois numa fase de equilíbrio até António Monteiro sair do banco para marcar dois triplos que desequilibraram o primeiro período para os leões por 27-20. Apesar do mau arranque a nível de percentagens de lançamento, as duas equipas foram encontrando soluções para chegar ao cesto, com o FC Porto a mostrar-se muito forte na tabela ofensiva e o Sporting a destacar-se nas ações 1×1 após rodar bola que permitiram chegar ao intervalo em vantagem no marcador por 50-40 com mais um recital de Marcus LoVett Jr., bem a jogar na posição e ainda melhor tendo ao seu lado Diogo Ventura.

Fernando Sá teria de mudar algo no jogo dos dragões para reentrar na partida mas o terceiro período acabou por funcionar como um golpe quase fatal nas aspirações dos visitados, que chegaram a ter mesmo uma desvantagem de 18 pontos (70-52) perante minutos a fio onde tudo saía mal: muito jogo 1×1 sem eficácia de lançamento, defesa permeável a permitir que rapidamente quatro jogadores leoninos entrassem nos dois dígitos (além de LoVett, Travente Williams, Joshua Patton e Eddy Polanco), sinais de descrença com o passar os minutos que nem a defesa zona conseguiu travar até ao 72-57 que se registava à entrada para os últimos dez minutos. Aí, os azuis e brancos ainda tentaram um último forcing para reentrarem na partida mas, apesar da aproximação, o Sporting conseguiu manter-se na frente do marcador com uma maior maturidade competitiva até aos minutos finais, onde multiplicou erros que deram “vida” ao FC Porto para ficar a uma posse e ter um lançamento longo falhado por Voytso que podia ter feito a reviravolta (93-91).