Já aqui escrevemos em diversas ocasiões que o sistema autónomo da Google é o mais avançado do mercado, sendo que ainda está em fase de testes, visando a sua evolução até chegar ao momento em que (seguramente) possa ser disponibilizado ao público. E consideramos ser o mais desenvolvido por ser aquele que está há mais tempo em testes, por recorrer a tudo o que há de melhor no mercado – de LiDAR a radares, passando por câmaras, sensores e inteligência artificial para interpretar o que os seus sensores “vêem”–, mas também por a Google, dona da Waymo, não olhar a despesas para apurar tão rapidamente quanto possível a máquina que pode substituir o homem ao comando de um automóvel. Porém, este acidente com um cão prova, mais uma vez, que (ainda) há muito trabalho pela frente.

O atropelamento ocorreu em São Francisco, uma das cidades em que a Waymo está a desenvolver o seu sistema. Segundo o serviço de trânsito das autoridades californianas, o cão de raça pequena terá saído para a rua por entre os carros estacionados, precisamente em frente a um dos Jaguar I-Pace da frota da companhia norte-americana que seguia em modo autónomo. As câmaras que equipam o veículo registaram a ocorrência, sendo visível o aparecimento do animal. De acordo com a Waymo, não havia possibilidade de evitar o atropelamento. 

As imagens e todos os dados recolhidos pelo veículo foram entregues às autoridades, que continuam a investigar o acidente, uma vez que é pressuposto que o sistema autónomo consiga evitar acidentes, o que inclui atropelamentos, tanto a pessoas como a animais. Porém e tal como acontece com os condutores humanos, também o computador que gere o carro da Waymo necessita de tempo para reagir a um imprevisto, ainda que seja mais rápido do que os condutores de carne e osso e não se distraia.

A Waymo provou ainda às autoridades que o técnico que ia a bordo não conseguiu ver a chegada do canídeo, devido à sua dimensão e ao ângulo de aproximação, ao contrário do que aconteceu com o sistema. A empresa disse que reproduziu o acidente em laboratório e garantiu que um condutor humano não conseguiria evitar o cão, mesmo que o visse a aproximar-se. Aguardam-se mais conclusões da investigação, que possam permitir aperfeiçoar o sistema da Waymo.

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