À semelhança do que aconteceu na final do Campeonato de hóquei em patins e ao contrário do que aconteceu na final da Liga de basquetebol, ganhar em casa do rival não impediu que se fizesse a festa. Neste caso foi o futsal do Sporting a vencer na Luz o Benfica, antes tinha sido o Benfica a ganhar no João Rocha ao Sporting. E entre algumas provocações típicas de rivais diretos, o epílogo do jogo 4 não trouxe problemas entre vários exemplos de fair play como o consolo de João Matos ao jovem Lúcio no chão e a guarda de honra feita pelos jogadores encarnados aos leões quando foram receber as medalhas de campeões. No entanto, de todos esses atos às palavras, os responsáveis das águias não ficaram convencidos com o que se passou na decisão da Liga, deixando duras críticas à arbitragem do encontro decisivo entre outros reparos ao Sporting.

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“A minha vontade é chegar aqui e ficar em silêncio. É difícil de digerir porque não jogámos apenas contra o Sporting mas cometemos erros que não devíamos cometer, tivemos oportunidades para dilatar o jogo e não o fizemos. Tenho de dar os parabéns aos meus colegas. Em termos nacionais, está a faltar respeitar o Benfica, a camisola do Benfica, e é constantemente, seja aqui ou em Alvalade, a dualidade de critérios. Temos de respeitar o Benfica porque é por causa do Benfica que há audiências e que há gente a seguir esta modalidade. Vamos analisar tudo, vai haver mudanças, sabemos, e vamos descansar e recuperar mas não estamos mortos. Para o próximo ano é para conquistar títulos”, começou por dizer Bruno Coelho, capitão do Benfica, na zona de entrevistas rápidas do Canal 11 após a vitória do Sporting por 2-1 no prolongamento.

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“Lá está, as pessoas esquecem-se que o Benfica conquistou uma Taça da Liga e uma Taça de Portugal. Não acho que tenha sido uma má época. Não ganhámos o Campeonato há algum tempo e queríamos vencer o Campeonato. Agora é descansar e melhorar porque para a próxima época temos títulos para conquista”, acrescentou ainda o internacional português, recordando a quebra do jejum de três anos sem qualquer título depois das vitórias na final da Taça de Portugal (Sporting, 4-1) e da Taça da Liga (Quinta dos Lombos, 3-0).

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“Viemos de uma época onde não conseguimos ganhar nada para outra em que ganhámos dois dos três títulos em disputa. Antes de eu entrar, nos últimos sete dérbis não tínhamos ganho nenhum. Depois do segundo jogo aqui, houve alguém neste sítio a comentar a arbitragem, que falou com o responsável da arbitragem com este mesmo tom [exaltado], houve gente que mandou comunicados e eu, depois do jogo 3, tive a hombridade de elogiar uma arbitragem que também teve erros”, apontou Mário Silva, técnico dos encarnados, aludindo à flash interview de Nuno Dias, homólogo do Sporting, após o jogo 2 da final.

“Se levar a arbitragem para o lodo trouxer frutos para o futsal, nós também vamos entrar nessa guerra, porque é uma vergonha o que se passou aqui, a dualidade de critérios. Aparentemente em Portugal e no futsal para ganharem os mesmos é preciso lançarem comunicados a criticar a arbitragem e condicionar o jogo. O que eu esperava era uma resposta positiva da terceira equipa, de quem de forma altiva anda a elogiar no futsal mesmo nos momentos menos bons. Não é nenhuma mensagem direta ao Sporting, que aproveitou melhor os momentos, não sendo superior ao Benfica. O homem do jogo esteve naquela baliza [Guitta]. A minha mensagem é para os dirigentes do futsal: se quiserem levar com todos os jogos nestas flashes que falemos de arbitragem, nós estamos dentro”, acrescentou o sucessor de Pulpis na Luz.

No mesmo espaço, e provavelmente sem ter ouvido ainda as críticas feitas pelos elementos do Benfica à arbitragem e às declarações depois do primeiro jogo da final na Luz, Nuno Dias enalteceu mais uma vitória do Sporting e apontou já a um inédito quarto Campeonato consecutivo. “O que sabe a medalha de campeão? Sabe a um orgulho enorme pelo trabalho desenvolvido ao longo de tanto tempo, de mais de 250 treinos, de meses duros de trabalho. Foi um jogo contra um adversário duro, que venceu duas das três competições internas, com mérito. O nosso adversário fez um investimento brutal como todos nós sabemos, mas nós conseguimos, com todo o esforço e toda a dedicação, chegar a este jogo e num pavilhão extremamente difícil sermos campeões”, destacou o técnico que está há mais de uma década em Alvalade.

“Pensar já na próxima temporada? Não, já passei essa fase, agora é para festejar e depois descansar. Para o ano fazemos o tetra, queremos ser tetracampeões. Já passei essa fase, agora só quero mesmo festejar. Está cada vez mais difícil ganhar. Agora temos de descansar e depois sim pensar o que será o futuro”, rematou o técnico que já ganhou pelo Sporting 27 títulos nacionais desde 2012/13, entre duas Ligas dos Campeões, oito Campeonatos, seis Taças de Portugal, sete Supertaças e quatro Taças da Liga, antes de rumar com a equipa ao Pavilhão João Rocha onde centenas de adeptos esperavam os tricampeões para a festa.