A partir de determinado momento, e ao contrário do que tinha acontecido no último verão quando trocou o PSG pela Juventus a custo zero (com os prémios de assinatura e demais bónus que isso depois implica…), a contratação de Ángel Di María pelo Benfica estava preso por um ponto que era tudo menos um pormenor: a questão financeira. Porque o argentino tinha o passe na mão, porque recebera propostas incomparavelmente superiores de ligas ainda periféricas em crescendo, porque 35 anos é uma idade que costuma aconselhar a um último grande contrato antes da natural reforma. No entanto, aquilo que parecia ser uma complicação de difícil solução acabou por ser tudo menos um problema – e o regresso do jogador à Luz está confirmado.

Mesmo de férias, que começaram depois da dispensa de Lionel Scaloni do segundo e último jogo particular com a Indonésia após o triunfo por 2-0 frente à Austrália, a agenda do extremo não foi propriamente a mais desafogada e envolveu andar com as chuteiras debaixo do braço. No último fim de semana, Di María esteve primeiro num encontro de homenagem ao antigo internacional Maxi Rodríguez, que se realizou em Rosario, e seguiu no dia seguinte para novo jogo de despedida mas de Juan Román Riquelme na Bombonera (uma partida que teve segurança como se fosse um Boca Juniors-River Plate pela presença de Lionel Messi). Ainda assim, e entre essa aglomeração de eventos ante das férias, o esquerdino fechou contrato com o Benfica, sendo que além do prémio de assinatura e do ordenado vai beneficiar do programa Regressar que faz com que tenha apenas de deduzir 50% em impostos, tal como acontece com o compatriota Nico Otamendi.

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“Após uma temporada a vestir preto e branco, Di María e a Juventus separam-se. Na sua chegada a Continassa, em julho de 2022, o jogador de 35 anos assinou um contrato após a sua passagem bem sucedida pelo PSG. Ao longo de 2022/23, Di María disputou 40 jogos, marcando oito golos, quatro no Campeonato e outros quatro na Liga Europa. Pelo meio, também ergueu o troféu do Mundial-2022 com a Argentina. Entre os destaques nos bianconeri está o golo na estreia contra o Sassuolo, um volley que deixou os adeptos em êxtase. Após o Mundial do Qatar, algumas das suas melhores exibições vieram na Liga Europa, incluindo um hat-trick contra o Nantes e o golo da vitória em casa contra o Friburgo, o seu último golo pela equipa. Obrigado por tudo e tudo de bom para o futuro, Fideo!”, já tinha confirmado antes a Juventus.

13 anos depois, há uma conjugação de “sortes” para trazer de volta um Ángelito à Luz: o que falta para Di María assinar pelo Benfica

Da parte do jogador, e desde que a possibilidade Benfica ganhou outra força, os comentários à situação foram muito discretos. “Vamos ver, não sei, não sei…”, tinha atirado entre sorrisos à margem do jogo de despedida de Maxi Rodríguez. Já o Rosario, clube onde Ángel Di María fez a formação, deu quase como “perdida” a possibilidade de resgatar o esquerdino para a presente temporada mas centrou atenções em 2024, ano em que acaba contrato com o Benfica, para poder acabar a carreira onde tudo começou. Ainda assim, existe a possibilidade de fazer ainda um último grande contrato com um conjunto do Médio Oriente (e foram várias as propostas que chegaram ao jogador este verão) antes de regressar em definitivo à Argentina.

Desde que chegou pela primeira vez à Europa, em 2007, Di María esteve três anos no Benfica, onde chegou a jogar ao lado do agora presidente Rui Costa e ganhou mais tarde um Campeonato com Jorge Jesus e duas Taças da Liga, rumando em 2010 ao Real Madrid onde conquistou uma Liga dos Campeões, uma Supertaça Europeia, uma Liga, duas Taças do Rei e uma Supertaça em quatro anos. Seguiu-se uma passagem fugaz pelo Manchester United, onde esteve apenas na época de 2014/15, antes de ser contratado pelo PSG, onde esteve sete anos com cinco Campeonatos, cinco Taças de França, quatro Taças da Liga e quatro Supertaças. Na última temporada o argentino representou a Juventus sem títulos pelo clube mas com essa coroa de glória ganha então com 34 anos que foi a conquista do Campeonato do Mundo no Qatar.

Os encarnados fecham assim a terceira contratação para a temporada de 2023/24, depois do médio turco do Feyenoord Orkun Kökçu (que se tornou a maior compra de sempre do Benfica e de um clube português) e do avançado Gonçalo Guedes, que recupera ainda de uma lesão que lhe retirou o último encontro da época passada mas que irá ficar na Luz mais um ano por empréstimo do Wolverhampton. A par do trio, os encarnados pretendem ainda fazer mais duas contratações: um guarda-redes, com o brasileiro Bento a ser negociado com o Athletico Paranaense, e um lateral esquerdo que ocupe a posição deixada em aberto com a saída de Grimaldo, estando Jurásek (Slavia) e Renan Lodi (Atl. Madrid) entre as soluções.