Já é conhecido o testamento de Sílvio Berlusconi, até há bem pouco tempo um dos homens mais ricos de Itália. O ex-primeiro ministro italiano, que morreu em junho, deixou 30 milhões de euros para Marcello Dell’ Utri, amigo e colega de partido com ligações à máfia, e outros 100 milhões para a sua namorada, Marta Fascina, escreve o The Telegraph.

O três vezes primeiro-ministro italiano, cujo império tem um valor estimado em mais de seis mil milhões de euros, reservou 30 milhões de euros para Dell’Ultri, ex-senador do partido de centro-direita Forza Italia, de Berlusconi. O ex-senador foi acusado de ser o elo de ligação entre Berlusconi e a máfia siciliana Cosa Nostra e foi mesmo preso por associação criminosa. Passou quatro anos em prisão domiciliária, depois de ter sido detido pela Interpol no Líbano.

“Eu não fiz nada além de chorar desde esta manhã: não tanto por causa do gesto material, mas porque mostra a grandeza do homem”, disse o ex-senador, afirmando que “tudo tinham feito” um pelo outro e que Berloscuni — que morreu vítima de leucemia — era “como um irmão” para ele.

Berlusconi deixou uma quantia mais de três vezes maior à namorada (100 milhões de euros), a deputada de 33 anos Marta Fascina, com quem mantinha uma relação há vários anos. O testamento, aberto esta quarta-feira à noite, prevê também a atribuição de outros 100 milhões ao irmão, Paolo. Aos dois filhos mais velhos, Marina e Pier Silvio (fruto da sua primeira relação), o milionário decidiu deixar 53% da holding familiar Fininvest, decisão que já estaria tomada há quase 20 anos, segundo a agência de notícia de Itália Ansa. Atualmente, Marina já preside à Fininvest, enquanto Pier Silvio é vice-presidente da emissora Mediaset.

Berlusconi escreveu o testamento à mão num bloco de notas amarelo marcado com papel timbrado da sua mansão perto de Milão – Villa San Martino, escreve o Guardian. O documento data de 2 de outubro de 2022, pouco tempo depois de uma coligação que juntava o seu partido com a direita radical ter vencido as eleições legislativas italianas.

Todos os restantes ativos (nos quais se incluem o clube de futebol Monza, propriedades, obras de arte ou iates, por exemplo) vão ser distribuídos em partos iguais pelo cinco filhos de Berslusconi. “Deixo tudo o resto em partes iguais para os meus cinco filhos Marina, Pier Silvio, Barbara, Eleonora e Luigi. Obrigado, muito amor para todos vocês, do vosso pai”, escreveu.

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