Sempre que um condutor detecta um buraco de grandes dimensões à sua frente, ou um desnível de proporções respeitáveis, a atitude normal é travar ou desviar-se repentinamente, o que provoca despistes ou acidentes, já para não falar nos sustos (e danos) aos ciclistas e motociclistas. A Mercedes resolveu dar uma mão e recorrer às câmaras dos seus veículos para detectar este tipo de situação e informar as autoridades.

O sistema arrancou em Boston, que já possui um serviço destinado a reparar os danos na infraestrutura rodoviária. Quando um condutor detecta um daqueles enormes buracos que obrigam a realizar uma manobra evasiva intempestiva, daquelas que levam o condutor do carro que segue ao lado ou atrás a apitar furiosamente, é possível ligar para o 311, o número de telefone que recebe as informações sobre os locais que necessitam de reparação no piso.

A Mercedes associou-se a este sistema implementado pela cidade norte-americana e arrancou com um programa-piloto em que testa o seu sistema de comunicações vehicle-to-infrastructure (veículo-infraestrutura). O objectivo é aproveitar as imagens recolhidas pelas câmaras dos Mercedes em circulação, determinar os pontos em que as degradações do piso podem provocar dificuldades aos automobilistas ou acidentes, para de seguida informar a entidade responsável pela sua reparação.

Defende o construtor alemão que, em Boston, nem todos os condutores assumem uma postura responsável, informando as autoridades dos pontos que requerem cuidados ou reparações. Daí que a marca tenha decidido aproveitar as tecnologias disponíveis a bordo para reunir as informações recolhidas pelos seus modelos, seleccionar os “pontos negros” e enviar a informação para os responsáveis do trânsito na cidade.

De recordar que Boston já colocou em funcionamento um software que recorria aos acelerómetros dos smartphones para identificar defeitos no pavimento das ruas, o que permitiu descobrir que as tampas de esgoto são umas das principais fontes de problemas. E se Boston é a primeira cidade na América do Norte em que a Mercedes coloca à disposição do bem comum a sua tecnologia, há outras cidades e países europeus com que a Mercedes já partilhou o potencial da comunicação vehicle-to-infraestruture.

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