Os Estados Unidos convidaram o ministro dos Negócios Estrangeiros da China para encontros de alto nível, com o objetivo de restaurar o diálogo entre Pequim e Washington, apesar das muitas diferenças, divulgou esta terça-feira o Departamento de Estado norte-americano.

O convite surgiu durante uma reunião em Washington, na segunda-feira, entre altos funcionários dos EUA e da China, revelou esta terça-feira o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

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As autoridades dos dois países tiveram uma “discussão franca, substancial e produtiva“, frisou o Departamento de Estado dos EUA, em comunicado.

A administração norte-americana não adiantou qualquer data para a visita de Wang Yi, que é o principal diplomata do Partido Comunista Chinês e substituiu o ministro dos Negócios Estrangeiros Qin Gang, que foi misteriosamente demitido após apenas sete meses no cargo.

Uma das oportunidades para a visita de Wang Yi será à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, em meados de setembro.

O porta-voz da diplomacia norte-americana recusou-se a dizer se o convite foi aceite pelos chineses, mas realçou que “espera que seja”.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, já se encontrou com Wang Yi em meados de julho em Jacarta, à margem de uma reunião dos países do Sudeste Asiático (ASEAN), assim como durante a sua visita a Pequim em junho.

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Desde então, autoridades dos EUA deslocaram-se a Pequim, incluindo a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, e o enviado especial para o clima, John Kerry.

Também a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, confirmou no final de julho que pretende visitar a China “até ao final deste verão”.

As duas potências tentam novamente aliviar as tensões reavivadas pela presença, em fevereiro, sobre solo norte-americano, daquilo que os Estados Unidos consideraram ser um “balão espião” chinês, que acabou derrubado por Washington.

De forma geral, as tensões são altas entre as duas superpotências que se envolvem numa competição acirrada, seja diplomática, militar, tecnológica ou económica, e estão em desacordo em vários campos diplomáticos, como Taiwan e Rússia.

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Estas tensões já tinham escalado no ano passado após a visita da então presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, a Taiwan governada democraticamente, levando a China, que reivindica a ilha como seu território, a lançar exercícios militares em seu redor.

Washington evitou recentemente nomear formalmente a China, acusada de ser responsável por um recente ciberataque contra agências e administrações norte-americanas, incluindo o Departamento de Estado.