O coordenador do grupo de projeto para a Jornada Mundial da Juventude, José Sá Fernandes, garantiu, esta segunda-feira, em entrevista à SIC Notícias que os ajustes diretos feitos para a realização do evento foram apenas “1/10 do que o Governo gastou”. “As grandes quantias foram gastas através de concursos públicos internacionais”, acrescentou, perante críticas de gastos excessivos que têm sido feitas. “Ninguém me disse ainda qual foi o contrato que se gastou mais dinheiro do que o devido ou que foi mal feito para eu explicar .”

Garantindo ainda que “não falta contabilizar nada e tem as contas feitas”, Sá Fernandes revelou que o grupo que coordena gastou “17 milhões de euros de um orçamento total de 21”, até ao momento, sendo que três dos que não foram utilizados serão ainda aplicados no parque verde que nascerá em Loures agora que terminou a JMJ. “Está tudo dentro do orçamento, não houve derrapagem”, sublinhou, dizendo que as contas “serão apresentadas no tempo certo, tal como a Igreja anunciou que irá fazer”.

Durante a entrevista à SIC Notícias, Sá Fernandes assumiu igualmente “que não correu tudo bem com a Câmara de Lisboa” durante a preparação da JMJ, mas aproveitou uma citação de Francisco para contornar explicações sobre os problemas. “Uma vida sem crise é como água destilada, não sabe a nada. Mas é o tempo de falar delas? Não, o tempo é de valorizar o que é mais importante”, declarou, deixando novamente a promessa: “Lá em setembro, fala-se disso”.

Parabéns a Costa, Medina e Moedas… mas os protagonistas é que contam

“O melhor ajuste direto que se podia ter feito” é, para Sá Fernandes, conseguir que todas as pessoas conseguissem ver o Papa e a festa na cidade. “Tive um encontro com o Papa, não contarei o que ele disse, mas digo o que lhe disse: ‘Obrigado por ter escolhido Lisboa, por ter escolhido Portugal’”, revelou, reforçando que o evento teve “dois grandes protagonistas: o Papa, personagem extraordinário, e a alegria da Juventude”.

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“Gastámos cerca de seis milhões e meio nos ecrãs, no som e na luz: absolutamente fundamental para ouvirmos o que o Papa disse, para o vermos, para verem a alegria que estava na cidade”, detalhou, tentando demonstrar que os gastos atingiram o seu propósito.

Assim, falou ainda nos três milhões de euros para os passes sociais dos peregrinos – a aposta na mobilidade e nos transportes coletivos – e nos três milhões e meio para “um bom centro de imprensa”.

Sá Fernandes deixou ainda vários obrigados: a Manuel Clemente, “pela ideia de ter trazido as jornadas para Lisboa”; a António Costa e a Fernando Medina “por terem escolhido como local o Parque Tejo-Trancão” e “terem dado o pontapé de saída com o entusiasmo do Presidente da República”. Também deu os parabéns ao presidente da Câmara de Lisboa mas para logo dizer que o necessário era elogiar os verdadeiros protagonistas.