O Infarmed alertou nesta terça-feira para a necessidade de vigilância acrescida a quem toma medicamentos que podem interferir com a exposição intensa ao calor, como exemplo os diuréticos, que podem aumentar a desidratação.

“Alguns medicamentos podem agravar os perigos decorrentes de uma exposição demasiado prolongada ou intensa ao calor e, em caso de desidratação, podem requerer um ajuste de dosagem”, refere a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.

Numa informação divulgada no seu site, o Infarmed lembra que alguns medicamentos aumentam a eliminação de água (por exemplo, diuréticos), podendo aumentar a desidratação normal decorrente do aumento da temperatura ambiente.

Aponta ainda os casos dos medicamentos para diminuir a tensão arterial ou que causem sonolência, lembrando que “podem também agravar os efeitos do calor”, precisando por isso de “vigilância acrescida”.

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Como exemplos de fármacos que precisam de ter uma vigilância acrescida por parte de quem os toma o Infarmed refere ainda os medicamentos destinados ao tratamento da doença cardíaca, para a tensão — que podem agravar uma hipotensão —, ou os que atuam a nível neurológico, pois podem interferir com o “termostato” central do organismo e provocar aumento da temperatura.

Os antiepiléticos, os medicamentos para tratamento de enxaqueca — que podem diminuir a transpiração — ou alguns antibióticos e anti-inflamatórios, pois podem alterar o funcionamento normal dos rins, são outros dos exemplos.

Avisa igualmente que alguns medicamentos antidepressivos, antialérgicos, para a doença de Parkinson e para a incontinência urinária podem alterar a transpiração.

Na mesma informação sobre a possibilidade de alguns medicamentos interferirem na reação do organismo ao calor, o Infarmed avisa que não se deve suspender o tratamento sem indicação médica, pois tal decisão “pode acarretar complicações graves ligadas, quer à interrupção súbita da toma dos medicamentos, quer aos efeitos da doença não tratada”. A autoridade do medicamento aconselha ainda quem toma estes medicamentos a não consumir bebidas alcoólicas em períodos de ondas de calor, pois estas bebidas agravam a desidratação.

A propósito das deslocações em férias, o Infarmed lembra igualmente a importância de saber como transportar os medicamentos. A este nível, considera que, de preferência, todos devem ser transportados em sacos isotérmicos, sublinhando que, mesmo nestes casos, os fármacos não devem ser expostos, durante longos períodos de tempo, a temperaturas elevadas, como aquelas que se atingem nas malas ou interior dos carros estacionados ao sol. Os medicamentos habitualmente conservados no frigorífico (entre 2 a 8ºC) deverão ser transportados em sacos isotérmicos refrigerados, por exemplo, com acumuladores de frio, “mas evitando sempre a sua congelação”, aconselha.

A persistência de valores elevados da temperatura fez com que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocasse sob aviso vermelho (o mais grave) os distritos de Bragança, Castelo Branco e Guarda.