Ano novo, vida nova, algo que se costuma a tornar “velho” com o passar do tempo. Após outra experiência falhada em termos técnicos, com Christophe Galtier a rescindir com mais uma época de contrato, chegou ao PSG Luis Enrique para começar uma nova era (a expressão que começa a ser “chavão” no conjunto francês) mas aquilo que no início parecia ser um cenário transformou-se noutro completamente diferente ao longo das últimas semanas. A imprensa espanhola chegou mesmo a falar de um mal-estar que podia levar à saída do treinador, algo que nunca esteve em cima da mesa, mas não foi o início mais fácil para o antigo timoneiro da Roja, que ficou marcado pela eliminação com Marrocos nos oitavos após grandes penalidades.

A nível de contratações, as coisas foram funcionando num total de 200 milhões de euros entre compromissos atuais e assumidos anteriormente. Foi assim que chegaram Manu Ugarte, Gonçalo Ramos, Lucas Hernández, Ousmane Dembelé, Kang-in Lee, Xavi Simmons (que foi cedido ao RB Leipzig) e mais dois reforços a custo zero, Skriniar e Marcos Asensio. As saídas também foram acontecendo, a começar por Lionel Messi, Sergio Ramos e Ekitiké numa longa lista à espera de colocação onde entram ainda Icardi, Navas, Wijnaldum, Julian Draxler, Kurzawa, Juan Bernat e Paredes, entre outros, sendo que também Neymar e Verratti têm os seus dias em Paris contados. No entanto, é a situação de Kylian Mbappé que ainda marca a vida do PSG.

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“É algo que já aconteceu no passado e houve uma solução positiva antes de eu chegar aqui. Espero e desejo que, tal como no passado, a mesma coisa volte a acontecer e que o jogador possa chegar a um acordo. É isso que eu gostaria. A filosofia do clube é muito clara: o PSG é maior do que qualquer jogador, qualquer treinador e isso é algo com o qual concordo plenamente”, salientou Luis Enrique, sem querer entrar em mais pormenores sobre o caso que continua a afastar o avançado do plantel e sem querer falar também das conversas que manteve com Neymar e Verratti. Há mesmo uma nova era a começar no PSG e o primeiro teste surgia no Parque dos Príncipes frente ao Lorient com casa cheia para o arranque da Ligue 1. Nota positiva? O estilo Luis Enrique já está presente. Nota negativa? O estilo Luis Enrique continua sem golo contra blocos mais baixos, um pouco à semelhança do que já tinha acontecido na seleção espanhola.

Com uma equipa com mais de metade de caras novas (Skriniar, Lucas Hernández, Ugarte, Kang-in Lee, Marco Asensio e Gonçalo Ramos) e com Danilo a recuar para central numa linha a quatro, o PSG teve um domínio completo do encontro desde início, num estilo de posse e futebol mais apoiado muito próximo do que Luis Enrique gostava de ver nas suas equipas, mas sem a profundidade suficiente para criar muitas oportunidades de golos. Ainda assim, Gonçalo Ramos teve uma primeira oportunidade com um remate na área travado por Yvon Mvogo (8′) entre várias tentativas de golo que não evitaram um susto do Lorient já perto do intervalo, quando Laurent Abergel arriscou a meia distância mas acertou no poste (41′).

No segundo tempo, que teve as apostas em Fabián Ruíz, Carlos Soler e Ekitiké até ao final, a tendência mais dominadora do PSG manteve-se mas nem por isso o nulo foi desfeito. Houve uma tentativa de Ramos de cabeça que saiu por cima após canto (47′), um tiro de longe de Vitinha que passou um pouco por cima (52′), uma chance flagrante de Fabián Ruíz sozinho na área que voltou a ficar numa muralha chamada Mvogo (76′), mais um momento em que Gonçalo Ramos ficou muito próximo de inaugurar o marcador (78′) e um remate de Ugarte de meia distância que saiu a rasar o poste (90+5′) mas os 78% de posse e os mais de 1.000 toques que a equipa deu na bola (1.002) não chegaram para a conquista dos três pontos.