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A Dinamarca e o Reino Unido revelaram esta segunda-feira que ativaram caças para intercetar dois bombardeiros russos, depois do Ministério da Defesa da Rússia ter confirmado que esteve a realizar exercícios de rotina sob as águas internacionais do Ártico.

Os Países Baixos foram os primeiros a dar conta do incidente, apesar das aeronaves russas estarem a sobrevoar a Dinamarca, uma vez que se dirigiam para o espaço aéreo que monitorizam no âmbito da NATO.

A Força Aérea holandesa indicou que os seus caças F-16 estavam preparados para intercetar os bombardeiros antes que pudessem entrar em espaço aéreo da NATO, mas estes acabaram por ser intercetados pela forças dinamarquesas e já “voltaram para trás”, afastando-se do território dos aliados da aliança atlântica.

“Isto não acontece muitas vezes, mas o incidente desta segunda-feira demonstra a importância de uma intervenção rápida. Os F-16 estão de prontidão 24 horas por dia e podem descolar em poucos minutos e intercetar um avião não identificado”, afirmou o ministério neerlandês.

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Ao abrigo de um acordo de policiamento aéreo da NATO, desde janeiro de 2017, que os Países Baixos e a Bélgica assumem alternadamente, e durante um período de quatro meses, a tarefa de proteger o espaço aéreo de toda a zona do Benelux, que inclui o Luxemburgo. As forças neerlandesas estão a assumir esta função desde meados de abril.

A Dinamarca confirmou entretanto o incidente com os bombardeiros russos. Numa resposta escrita à Sky News, o Ministério da Defesa indicou que as “aeronaves russas estavam em espaço aéreo internacional e que não entraram em espaço aéreo dinamarquês em nenhuma altura”. Neste momento, não é claro quão próximo estiveram do espaço aéreo da Dinamarca ou da NATO.

Horas depois a Força Aérea do Reino Unido revelou também que detetou e intercetou dois bombardeiros russos que sobrevoavam o espaço aéreo a norte da Escócia. “Foram ativados os caças Typhoon para intercetar dois bombardeiros russos de longo alcance esta manhã, que monitorizamos enquanto passavam perto das ilhas Shetland, preparados para lidar com uma potencial ameaça ao território britânico”, afirmou o ministro das Forças Armadas britânico em comunicado.

A Defesa russa confirmou que vários dos seus bombardeiros e caças estratégicos realizaram “voos planeados” sobre águas internacionais nos mares Báltico, de Barents, da Noruega, Sibéria Oriental, e Chukchi. Moscovo também afirmou que enviou um caça para intercetar um avião militar norueguês que se aproximava das suas fronteiras sobre o Mar de Barents, mas que não chegou a entrar em território russo.

Também o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD) detetou e seguiu quatro aeronaves militares russas no espaço aéreo internacional perto do Alasca, sem serem considerados uma ameaça.

Em comunicado, o NORAD observou que a operação ocorreu entre o final do dia de domingo e o início da manhã desta segunda-feira. Os aviões russos passaram pela chamada Zona de Identificação de Defesa Aérea do Alasca (ADIZ), área que faz parte do espaço aéreo internacional, mas onde os Estados Unidos exigem que qualquer aeronave se identifique no interesse da sua segurança nacional.

O NORAD garantiu que os aviões russos permaneceram no espaço aéreo internacional e não entraram em território norte-americano ou canadiano, afirmando que é comum haver atividade russa naquela área e que isso não é visto como uma ameaça.

A vigilância do espaço aéreo tem sido uma das principais preocupações quer da NATO quer da Rússia, que têm evitado uma confrontação direta no seguimento da invasão russa da Ucrânia.