A Câmara Municipal de Matosinhos está a auscultar os trabalhadores das empresas localizadas nas imediações da Linha de Leixões, atualmente utilizada para transporte de mercadorias, para perceber o potencial de procura daquele traçado em percursos entre casa e trabalho.

A auscultação está a ser feita aos trabalhadores de 2.700 empresas situadas a 750 metros da Linha de Leixões através de um inquérito lançado, na semana passada, por esta autarquia, revelou esta quarta-feira o vice-presidente, Carlos Mouta, durante a reunião pública do executivo municipal, depois de questionado pelo vereador do PCP.

Os inquéritos deverão estar concluídos a 30 de setembro, adiantou.

O autarca explicou que o objetivo é perceber o potencial de procura daquele traçado ferroviário em percursos entre casa e trabalho e, assim, evitar que se reative o transporte de passageiros para, passado pouco tempo, se encerrar devido à fraca procura, tal como aconteceu no passado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Linha de Leixões liga a Linha do Minho, na Estação de Contumil, ao Porto de Leixões, em Matosinhos.

Inaugurada em 1938, a Linha de Leixões fez serviço de passageiros até 1987 e entre maio de 2009 e janeiro de 2011.

Em janeiro, várias empresas localizadas na Via Norte, troço que atravessa os concelhos do Porto, Maia e Matosinhos, enviaram uma carta aberta ao ministro das Infraestruturas pedindo a reativação da Linha de Leixões, potenciando também ligações à rede de metro.

Segundo Carlos Mouta, e com base em dados de 2020, a reativação da Linha de Leixões ao transporte de passageiros custa mais de 60 milhões de euros.

Este investimento pressupõe a reativação da linha, estações e apeadeiros e a criação de uma segunda via e de uma ligação ao aeroporto do Porto, sublinhou.

O vice-presidente estimou que esta reabertura, que está prevista no Plano Ferroviário Nacional, beneficiaria 1,5 milhões de pessoas.

A CP – Comboios de Portugal está pronta a reativar o serviço na Linha de Leixões até Leça do Balio, partindo de Campanhã, se forem construídas paragens no Hospital São João e Arroteia, divulgou, na sexta-feira, a empresa.

Para tal, segundo explicou o administrador da CP Pedro Ribeiro, seria feita uma extensão dos comboios que vêm da Linha do Norte (Granja, Ovar e Aveiro) que ficam em Porto Campanhã rumo a Leça do Balio, em vez de ficarem parados na estação portuense.