O secretário-geral da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Roque Silva, afirmou nesta terça-feira que o partido no poder quer uma “mudança profunda” na gestão autárquica nos próximos cinco anos, após as eleições de 11 de outubro.

“Mesmo naqueles municípios onde nós estamos a governar ainda estamos preocupados com o nível de transformação que estamos a fazer. A nossa aposta nos próximos cinco anos é uma mudança profunda, não só naqueles municípios onde a Frelimo não está a ganhar e pretendemos ganhar, mas também naqueles municípios onde nós estamos a governar”, afirmou o dirigente, na abertura da campanha eleitoral do partido para as sextas eleições autárquicas, que decorreu na Beira, província de Sofala.

Nas eleições autárquicas de 2018, a Frelimo venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove — a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em oito e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em uma, neste caso precisamente na Beira.

No comício em que a Frelimo arrancou nesta terça-feira com a campanha eleitoral em todo o país, a partir da capital de Sofala, falando em representação do presidente do partido e Chefe de Estado, Filipe Nyusi, Roque Silva prometeu a “salvação do município da Beira”, perdido para a oposição há precisamente 20 anos. “Não queremos ganhar o município da Beira para somar mais um município que a Frelimo está a gerir. Nós estamos preocupados, inclusive com aqueles municípios que não estamos a governar agora. Queremos trazer uma nova dinâmica de transformação municipal“, insistiu.

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“Queremos uma dinâmica diferente, queremos uma visão diferente, porque esta é a capacidade que a Frelimo tem. A Frelimo é um partido de transformações, porque é um partido que todos os dias está preocupado em fazer mais e melhor”, acrescentou Roque Silva.

A Frelimo escolheu Stela Zeza, secretária de Estado em Sofala, como cabeça-de-lista na cidade da Beira, autarquia liderada pelo MDM, partido que concorre com o atual autarca, Albano Carige António. Do lado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição), que em 2003 conquistou a Beira à Frelimo, o cabeça-de-lista é Geraldo Alexandre Carvalho.

Mais de 11.500 candidatos de 11 partidos políticos, três coligações de partidos e oito grupos de cidadãos iniciaram nesta terça-feira a campanha eleitoral para as sextas autárquicas moçambicanas de 11 de outubro, por entre apelos a um processo pacífico.

Moçambique está a iniciar um novo ciclo eleitoral, que além de eleições autárquicas no próximo mês prevê eleições gerais em 9 de outubro de 2024, nomeadamente com a votação para o novo Presidente da República, cargo ao qual o atual Chefe de Estado, Filipe Nyusi já não pode, constitucionalmente, candidatar-se.

Mais de 8,7 milhões de eleitores moçambicanos estão inscritos para votar nestas eleições autárquicas, abaixo da projeção inicial, de 9,8 milhões de votantes, segundo dados anteriores da Comissão Nacional de Eleições.

Os eleitores moçambicanos vão escolher 65 novos autarcas em 11 de outubro, incluindo em 12 novas autarquias, que se juntam a 53 já existentes.