O BE questionou esta terça-feira o Ministério da Saúde sobre denúncias que afirma ter recebido de que o Hospital de Santa Maria não está a realizar Interrupções Voluntárias da Gravidez, uma situação que o hospital confirmou mas frisou ser transitória.
Numa pergunta esta terça-feira entregue no parlamento, dirigida ao Ministério da Saúde, o BE afirma ter tido conhecimento de “que o Hospital de Santa Maria, o maior do país, está sem realizar Interrupções Voluntárias da Gravidez (IVG)”.
Associando aquela situação à polémica deslocação da equipa de obstetrícia para o São Francisco Xavier (por motivo de obras), o BE considera que “é mais um episódio que mostra o desastre em curso no serviço de obstetrícia e ginecologia” do Hospital de Santa Maria.
No documento, o BE questiona quantas mulheres foram encaminhadas pelo Hospital de Santa Maria para respostas privadas para a realização da IVG, e qual o custo desses encaminhamentos para o Serviço Nacional de Saúde.
“Que outras unidades do SNS têm estas convenções com a Clínica dos Arcos ou com outros privados e qual o custo total que essas convenções representam para o SNS?”, é outra das perguntas dirigidas pelo BE ao ministério tutelado por Manuel Pizarro.
Contactado pela Lusa, a assessoria de imprensa do CHULN confirmou que em agosto e setembro, devido às férias dos profissionais, os processos de IVG por via cirúrgica foram encaminhados para respostas convencionadas, “à semelhança do que aconteceu em anos anteriores”.
Segundo o CHULN, esta é “uma solução circunstancial e transitória, já utilizada em períodos de férias dos profissionais nos anos anteriores, a que acresce o facto de o bloco operatório de Ginecologia do Hospital de Santa Maria ter retomado esta semana a sua atividade normal, com o acréscimo de uma sala cirúrgica”.
“O CHULN planeia retomar já no mês de Outubro a normal resposta nesta área”, com a reabertura do seu bloco operatório de Ginecologia, acrescentou.
A área materno infantil do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte está em obras que se preveem decorrer até março do próximo ano, estando encerrados o Bloco de Partos e a Urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital de Santa Maria.
Em consequência, as consultas de seguimento a grávidas e internamentos de obstetrícia foram deslocalizados para o Hospital de São Francisco Xavier, num processo polémico que levou à demissão de alguns profissionais.
De acordo com o “site” do CHULN, mantém-se no Hospital de Santa Maria a realização de ecografias obstétricas de alto risco, atividade programada de Ginecologia e Interrupção Voluntária da Gravidez.
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