33.979.661 milhões de euros. Foi este o valor total de despesa que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) anunciou, esta quinta-feira, ter dito  com a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), um milhão de euros abaixo do orçamento global inicial de 35 milhões de euros.

Numa nota de imprensa, partilhada dois meses após a conclusão do evento, é explicado que este valor final foi apurado tendo em conta os “custos adicionais de 1,3 milhões de euros, decorrentes de pedidos suplementares apresentados ao longo do processo”, que foram suportados pela autarquia. Nesta lista encontram-se pontos como a locação de ecrã, luz e som para o palco instalado no Parque Tejo (370 mil euros), a locação de raio-x, pórticos e detetores de metais (200 mil euros), as tendas e cadeiras para o parque Tejo (170 mil euros) ou ainda os “requisitos adicionais para estruturas de cadeias de TV e a sala de imprensa no Parque Tejo e no Parque Eduardo VII” (600 mil euros).

O valor de um milhão abaixo da estimativa inicial é justificado pela “diminuição do valor de investimento no altar palco” e pela “gestão rigorosa dos contratos e das respetivas revisões de preços”. A CML indica que, no total, foram feitos 236 procedimentos de contratação pública.

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A autarquia salienta que, do montante de 34 milhões de despesa, cerca de 23,9 milhões, o equivalente a 70%, “são investimento que fica para o futuro da cidade”. Neste campo, é dado destaque ao Parque Tejo e à ponte ciclo-pedonal sobre o rio Trancão, que tem a maior fatia de investimento (16,4 milhões), mas também aos equipamentos fornecidos ao Regimento Sapadores de Bombeiros, Polícia Municipal e Proteção Civil Municipal e às obras no espaço público.

A Câmara liderada por Carlos Moedas fala em “legado” da JMJ, sublinhando que o Parque Tejo é “uma paisagem renovada aberta ao usufruto de todos”. “De zona inacessível, degradada de aterro sanitário, a parque verde urbano com uma ponte sobre o rio Trancão que faz a ligação pedonal e ciclável da zona ribeirinha de Lisboa até Vila Franca de Xira”, falando numa “herança da JMJ para fruição de todos, munícipes, cidadãos, completando a reabilitação da zona envolvente que, desde a Expo 98 tinha ficado interrompida”. É ainda referido que é um espaço com “capacidade para acolher a realização de grandes eventos” – esta quinta foi divulgado que o festival Rock In Rio, que habitualmente se realiza na Parque da Bela Vista, vai passar para o Parque Tejo.

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No campo dos gastos, que ascenderam a 10,1 milhões de euros, a maior fatia diz respeito ao Parque Tejo Trancão (3,62 milhões), seguidos pelo Parque Eduardo VII (2,9 milhões). Há ainda registo de gastos de 1,13 milhões com manutenção do espaço público, 600 mil euros com o recinto do Terreiro do Paço, 520 mil euros para higiene urbana e 470 mil na Alameda D. Afonso Henriques. Há ainda registo de 850 mil euros para outros gastos, que incluem 241 mil euros para a Polícia Municipal ou 92,5 mil euros para o Regimento de Sapadores Bombeiros.

Em relação ao retorno económico da JMJ para o país e para Lisboa, a nota refere que isso “irá ainda ser aferido”, indicando que “a responsabilidade desse estudo é do promotor do evento, a Fundação Jornada Mundial da Juventude.”