O Benfica entrou em pista com uma bola na barra cujo tilintar marcou o arranque de um passeio em cima de quatro rodas em cada pé. Cirúrgicos, os encarnados marcaram nos momentos certos para que o FC Porto sentisse o peso de cada stickada que entrava e a capacidade de reação azul e branca chegasse tarde demais. A vitória por 4-1 leva os encarnados a ultrapassarem o rival na classificação e afasta os fantasmas de um início de campeonato que já causou feridas.

Nos instantes seguintes à bola no ferro, Lucas Ordóñez inaugurou mesmo o marcador. O argentino, manobrando a bola dentro da área e criando situações de finalização, era o elemento em maior evidência no encontro. Não se tratava de nada novo para os dragões estar em desvantagem no Pavilhão da Luz. Afinal, o FC Porto vinha evidenciando dificuldades para vencer na casa dos adversários nos tempos mais recentes.

Nos últimos sete jogos disputados na casa do adversário, os dragões perderam seis. “Temos de chegar lá e ganhar, mas sabemos que é uma deslocação extremamente difícil. Temos o máximo respeito pelo campeão nacional, mas queremos dar a volta aos resultados menos positivos que tivemos lá nos últimos anos. Vamos lá para vencer”, destacava antes do encontro Telmo Pinto.

Não se via até então um clássico quente, o que inclusivamente se repercutia nas poucas faltas cometidas. Os encarnados começaram a levar até ao limite o tempo de ataque a adormecer o jogo. Em sentido contrário, o FC Porto tentava subir o ritmo e acrescentar uma certa acutilância que não teve nos minutos iniciais. Nesse sentido, Edu Lamas, jogador que trocou as águias pelo emblema azul e branco esta época, colocou a baliza de Pedro Henriques em estado de emergência.

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Ezequiel Mena, num lance de três para um, esteve perto de desviar para o fundo das redes encarnadas. O contra-ataque ofereceu a mesma situação ao Benfica, só que, neste caso, Roberto Di Benedetto, internacional francês que renovou com o emblema da Luz até 2029, não desperdiçou e alargou a vantagem.

Nesta fase da competição, apenas com dois jogos disputados na fase regular do campeonato, o Benfica tinha já perdido dois pontos após o empate com o HC Braga (2-2) e precisava de correr atrás do prejuízo que tinha para rivais como o FC Porto que, com duas vitórias, continuava invicto num campeonato com uma liderança partilhada, à entrada para a terceira jornada, entre azuis e brancos e SC Tomar.

Uma vantagem de 2-0 ao intervalo deixava o Benfica em boa posição para ultrapassar o rival na classificação e colocar em prática as palavras do técnico encarnado. “As análises são feitas, e parte do trabalho incide naquilo que é o adversário, mas também estamos muito preocupados connosco, naquilo que podemos produzir e concentrados no nosso processo”, assumia o treinador das águias, Nuno Resende.

Foi de novo Ordóñez que espicaçou a segunda parte. Xavi Malián, guarda-redes portista, susteve o ímpeto inicial dos encarnados. Num ápice, o Benfica saltou das quatro para as nove faltas, mas foi o FC Porto que atingiu primeiro as dez. De livre direto, Carlos Nicolía aumentou a vantagem, começando a dar contornos de goleada ao resultado.

O Benfica também acabou por chegar à décima falta. De novo, o FC Porto, em situações semelhantes às que os encarnados tiveram para marcar, não conseguiu fazer o mesmo. Gonçalo Alves falhou o livre direto que penalizou a infração do adversário, acabando por manter a integridade do resultado. Carlos Nicolía não conseguiu repetir a dose e, no segundo livre direto de dispôs, Xavi Malián levou a melhor, sendo que desta vez foi o FC Porto a penalizar a ineficácia. Hélder Nunes tentou o remate de fora de área e conseguiu reduzir a cerca de dez minutos do fim.

Com os dragões balanceados para o ataque para tentarem ameaçar a liderança do Benfica, Nil Roca penalizou a ousadia. Após uma assistência requintada de Roberto Di Benedetto por entre as pernas, o espanhol fez o quarto do clube da Luz. O Benfica alcança agora os sete pontos enquanto que o FC Porto fica nos seis. As duas equipas ficam à espera do fecho da jornada para verem quais os lucros e prejuízos do resultado.