A exposição, com curadoria de Alexandre Alves Costa, acompanhado por Ana Alves Costa, Jorge Figueira, José António Bandeirinha, Luís Martinho Urbano e Maria Manuel Oliveira, é inaugurada ao fim da tarde de sexta-feira, 20 de outubro, na Fundação Marques da Silva, no Porto, e reúne apenas originais, de acordo com comunicado daquela instituição, que preserva o acervo de Távora.

Em destaque vão estar sete obras de Fernando Távora (1923-2005): “A Casa de Ofir (1957-1958), o Mercado da Feira (1953-1959), o Pavilhão de Ténis na Quinta da Conceição (1956-1960), a Escola do Cedro (1957-1961), a Pousada de Santa Marinha da Costa (1972-1985), o Anfiteatro da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1993-2000) e a Casa dos 24 (1995-2003)”.

“Estes projetos de Távora, representados com desenhos e maquetas originais, pertencentes ao acervo de Fernando Távora, e também por novas imagens, captadas pela lente de Paulo Catrica, marcaram não só o seu percurso profissional como a Arquitetura portuguesa”, considera a organização.

Citado no mesmo comunicado, Alexandre Alves Costa disse que “celebrar a vida e obra desta figura incontornável da Arquitetura portuguesa e fundador da mundialmente conhecida Escola do Porto é uma enorme responsabilidade e uma riquíssima experiência, pela dimensão, qualidade e excelência que Távora impôs em tudo o que deixou, e que foi tanto”.

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Adicionalmente, vai ser possível visitar “cinco miniexposições temáticas complementares à exposição principal, que visam retratar a personagem, a sua vastíssima cultura, o seu método de trabalho, a forma como usou o Desenho e a História na prática projetual, e de como as suas aulas foram fundamentais para sucessivas gerações de estudantes entenderem o que é a Arquitetura e o seu exercício profissional, tudo isto sem intenção de se aproximar de uma mostra retrospetiva”.

Cada uma das exposições temáticas tem curadoria própria, de Ana Tostões, Sérgio Fernandez, Domingos Tavares, Celeste Natário e Manuel Correia Fernandes, sendo este último responsável pela a mostra intitulada “Aulas”, que se vai estender à Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e que será inaugurada, na galeria, no sábado.

A exposição “Fernando Távora. Pensamento Livre” segue depois para Coimbra e Guimarães, estando “ainda em aberto se vai depois também para a Assembleia da República, em Lisboa”.

A exposição itinerante é o ponto central das comemorações do centenário de Távora, que estão a cargo da Ordem dos Arquitetos, da Fundação Marques da Silva, da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho.

Figura maior da cultura e arquitetura portuguesas, Távora influenciou sucessivas gerações de arquitetos, tendo sido mestre de Álvaro Siza e de Souto Moura, ambos distinguidos com o Prémio Pritzker.

Com uma ligação particular ao norte de Portugal, onde se localiza a maioria das suas obras e onde lecionou em várias escolas, o chamado “pai da Escola do Porto” assinou ainda projetos de conservação e reabilitação do património, onde figuram trabalhos como o restauro e adaptação da pousada do Convento de Santa Marinha, em Guimarães (1975-84) e, no ano seguinte, a reabilitação do centro histórico daquela cidade (1985-92).