“Eu não comunico de outra maneira quando os assuntos são absolutamente importantes e institucionais senão pela Tagline”, garantiu Mário Campolargo, secretário de Estado para a Digitalização e Modernização Administrativa, no Parlamento, quando confrontado pela deputada da Iniciativa Liberal, Joana Cordeiro, sobre a aplicação de mensagens do Estado ou, como foi apelidada, o whatsapp interno do Governo, o qual terá custado 1,6 milhões de euros, segundo o Expresso.

De acordo com o jornal, apesar desse valor, pouca seria a sua utilização pelos membros do Governo. Mário Campolargo garante que faz utilização desta aplicação, que “não foi desenvolvida por nós, foi comprada no mercado”. Segundo o Expresso, a aplicação foi desenvolvida pela IP Telecom, uma empresa de capitais públicos, participada da IP.

Sobre a utilização dentro do Governo, Campolargo assume que “os hábitos são muito difíceis de modificar, no passado comunicaríamos por telefone”. Há mais de um ano que existe esta aplicação, pela qual deveriam passar as mensagens do Governo.

Campolargo — secretário de Estado na dependência direta de António Costa — não respondeu sobre o custo do Tagline, nem comentou o facto de, como referiu Joana Cordeiro, o mercado ter outras opções que tinham sido já desenvolvidas. Até uma aplicação portuguesa já tinha recebido a certificação do gabinete nacional cibersegurança.

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O Tagline foi desenvolvido pela IP Telecom mas a operacionalização é da responsabilidade do Centro de Gestão da Rede Informática do Governo (CEGER), que é quem tem a incumbência de instalar a aplicação nos telemóveis dos membros do Governo. O Expresso dizia que o CEGER estava a enviar mensalmente aos gabinetes governamentais informações explicativas sobre a utilização da aplicação.

Esta aplicação foi desenvolvida a pensar nos elevados níveis de segurança necessários na troca de mensagens dos vários membros do Governo.

As comunicações via whatsapp em assuntos de governação saltaram para a cena mediática em particular no decurso da comissão de inquérito parlamentar à TAP, uma vez que algumas das decisões que levaram à saída de Alexandra Reis da administração da TAP foram tomadas através de mensagens de telemóveis.