O vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia, reafirmou quinta-feira o interesse do Governo do seu país em contar com Portugal no processo de privatizações das empresas públicas, que pretende concluir até 2026.

“Portugal, assim como outros países, vai participar nos concursos. Está interessado em saber qual o cronograma que nós temos (…) seguramente será um dos países em que nós gostaríamos de contar com a participação das suas empresas”, manifestou o também ministro das Finanças.

O governante falava à imprensa, na cidade da Praia, após receber o secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Bernardo Ivo Cruz, que está no país por ocasião da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), mas que não prestou declarações.

Olavo Correia disse que o Governo está a ultimar os concursos e que assim que tudo estiver concluído, as empresas serão lançadas “uma a uma” e depois vai “convidar” as companhias em Portugal para participarem.

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O Governo de Cabo Verde tem como prioridade implementar privatizações e outras parcerias estratégicas, indica o novo Relatório de Desempenho do Setor Público Empresarial, que detalha uma agenda de processos a concluir, até 2026.

A agenda de privatizações de empresas do setor público vai desde as telecomunicações e transportes à banca, água e energia, setor farmacêutico e portos.

No âmbito da relação com Portugal, sublinhou ainda a venda das ações da Caixa Geral de Depósitos no Banco Comercial do Atlântico (BCA) em Cabo Verde, um processo em que, disse, o “Estado tem interesse não só enquanto regulador, mas também enquanto Governo”, por ser um banco que tem um “fundamental o papel no sistema financeiro cabo-verdiano”.

O vice-primeiro-ministro notou que a CGD ainda está presente em dois bancos em Cabo Verde, mas afirmou que “é melhor” que esteja apenas num banco, ou seja, no Banco Interatlântico (BI), o que considera ser “melhor” para o sistema financeiro cabo-verdiano.

“Portanto, que a CGD concentre no BI e possa garantir as condições para o seu crescimento orgânico e tenhamos um outro operador privado com “know-how” (conhecimento) no setor para também modernizar e continuar a modernizar o BCA”, explicou o ministro.

Através do Banco Interatlântico, que detém igualmente em Cabo Verde, a CGD controla 52,65% do BCA, ao que soma uma participação direta de 6,76%, e a instituição portuguesa está a recolher propostas para a venda.

Além das privatizações, Olavo Correia disse que abordou com o governante português a questão do empreendedorismo jovem e de melhores, onde quer mais investimento dos dois países, mas também da formação profissional, que conta com apoio de Portugal.

O secretário de Estado está no país até sexta-feira, no âmbito da Feira Internacional de cabo Verde (FIC), que conta com quase um quarto de empresas portuguesas, de mais de uma centena, também de Cabo Verde, a maioria, de França, Brasil e Estados Unidos.