O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, teve esta sexta-feira um recorde de afluência nos últimos dois meses, com mais de 470 “episódios de urgência”, que correspondem a um aumento de 50% em relação ao mesmo dia da semana anterior.

Numa conferência de imprensa este sábado, João Gouveia, diretor do serviço de urgência central, alertou para a elevada pressão nas urgências daquele que é o maior hospital do país.

“Estamos a tentar dar resposta”, disse, denunciando “constrangimentos em várias áreas clínicas”. João Gouveia explicou que a origem da maior afluência se deve a “problemas de escalas de outros hospitais que nos estão a afetar a nós”. Além disso, “temos mais doentes, mais complexos, que demoram mais a estabilizar”.

Apelando às pessoas “que venham apenas às urgências se precisarem”, o responsável recordou a importância do contacto através da linha Saúde 24. “Para bem das próprias pessoas e dos outros é melhor que seja sempre [primeiro] Saúde 24 ou INEM e depois a orientação que seja feita”.

O responsável pelas urgências do centro hospitalar lisboeta adverte para a gravidade da situação numa altura em que “ainda não atingimos o inverno”. “Já estamos com um aumento da afluência, por falta de possibilidade de fazer escalas, e ainda nem estamos no pico do inverno,  que sabemos que corresponde ao pico da afluência”, disse. “Pode ser o aviso de algo que ainda esteja para vir e isso é que é extraordinariamente preocupante”, acrescentou.

Há um mês, o Hospital de Santa Maria fechou a urgência a doentes não urgentes não referenciados de fora da área, precisamente por falta de capacidade de resposta.

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