Cerca de nove meses após ter perdido o acesso ao Twitter e ao Facebook, na sequência da invasão do Capitólio norte-americano, Donald Trump anunciou o lançamento de uma rede social que iria “enfrentar as grandes tecnológicas”. Menos de dois anos depois de ter sido criada, no final de 2021, e até ao primeiro semestre deste ano, a empresa proprietária da ‘sua’ Truth Social registou um prejuízo de 31,6 milhões de dólares.

A informação relativa às perdas da plataforma do antigo Presidente norte-americano foi avançada, segundo a CNBC, num documento enviado na semana passada ao regulador dos mercados dos EUA, a SEC, pela Digital World Acquisition, empresa de aquisição de propósito especial (mais conhecidas como empresas de ‘cheque em branco’), que há mais de um ano e meio procura concluir uma fusão com a detentora da rede social, a Trump Media & Tecnology Group.

No documento, a Digital World Acquisition procurou mostrar que a fusão é necessária, uma vez que, alegou, as perdas da detentora da Truth Social levantam “dúvidas substanciais” acerca da capacidade de essa empresa continuar a operar. Se a junção não se concretizar, continuou, a Trump Media & Tecnology Group poderá não ser capaz de “desenvolver completamente” a rede social.

Além disso, a empresa de aquisição de propósito especial escreveu que a presença de Trump na Truth Social, onde partilha várias publicações por dia (mesmo após ser readmitido no Twitter, agora nomeado X), começou por ser vantajosa, mas que poderá ter um impacto negativo na Trump Media & Tecnology Group caso o ex-Presidente dos EUA deixe de dedicar “tempo substancial” à rede social. Ou ainda se as suas publicações não conseguirem “manter o interesse do público”.

Foi na semana passada, aquando da divulgação do documento, que a Digital World Acquisition revelou também que apresentou um formulário à SEC para poder prosseguir com a fusão, que começou a ser investigada em dezembro de 2021, quando o republicano Devin Nunes abandonou o Congresso norte-americano para assumir o cargo de CEO da empresa de Donald Trump.

Nessa altura, a Digital World Acquisition explicou, recorda o Deadline, que tinha recebido um pedido do regulador norte-americano para que entregasse documentos relativos a reuniões do conselho de administração ou de identificação de endereços telefónicos e de email e ainda “identidades de certos investidores” e comunicações com a proprietária da Truth Social. Desde então, e ainda sob investigação, as duas partes continuam a querer concluir a fusão.

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