Rúben Amorim tinha deixado o alerta depois das dificuldades do encontro com o Olivais de Moscavide para a Taça de Portugal e o Sporting, na receção ao Dumiense, não facilitou. Não facilitou nas opções iniciais, tendo algumas alterações mas sem fazer uma revolução total na equipa, e não facilitou na atitude em campo frente ao conjunto do Campeonato de Portugal. Com isso, chegou a vários registos que há muito não se viam.

Paulinho chegou a um número redondo mesmo que os leões tenham preferido os cantos (a crónica do Sporting-Dumiense)

À cabeça, os números da vitória. É preciso recuar 35 anos para encontrar uma goleada tão expressiva como o 8-0 que carimbou a passagem à  fase seguinte da Taça de Portugal, sendo que pelo menos há quase três décadas que não se via um triunfo com três golos marcados na sequência de canto. Depois, em termos individuais, o encontro em que Sebastian Coates igualou Anderson Polga como jogador estrangeiro com mais partidas oficiais pelos leões serviu também para Luís Neto quebrar um jejum de mais de uma década sem marcar (fez o primeiro golo pelo conjunto verde e branco), para Paulinho fazer o terceiro hat-trick desde que chegou a Alvalade em janeiro de 2021 e para Francisco Trincão marcar pela primeira vez em 2023/24.

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No entanto, aquilo que seria sobretudo um encontro tranquilo e num ambiente de festa promovido ainda pelas centenas de adeptos que vieram de Dume até Lisboa para apoiar a equipa do quarto escalão nacional acabou por ficar marcado também pelas piores razões, com mais um episódio nas bancadas de Alvalade.

“Será praxado”: Neto não conseguia um golo há mais de 10 anos (e estreou-se a marcar com a camisola do Sporting)

No decorrer da segunda parte, um funcionário do Sporting, neste caso um dos videógrafos que captam as imagens da partida não só no relvado mas também na chegada dos jogadores e na entrada do balneário para depois compilar todos esses momentos num vídeo distribuído pelos leões nas redes sociais , subiu até à zona do topo Sul do Estádio José Alvalade e acabou por ser agredido por alguns adeptos (que não foram depois identificados), tendo recebido assistência no local durante breves minutos. Poucas pessoas presentes nessa bancada se aperceberam do que na verdade se passou apesar de algum burburinho nesses minutos.

Antes, também no topo Sul, os ânimos tinham estado mais exaltados mas no interior do recinto devido a um novo atraso nas entradas. Muitos adeptos que chegaram mais perto da hora do início do encontro, alguns que tinham passado pelo Pavilhão João Rocha onde jogava a equipa Sub-19 de futsal dos leões com a Burinhosa, estiveram mais de 30/45 minutos para acederem ao recinto pela porta 9 devido à longa fila criada e ao tempo das revistas (sendo que as portas ao lado não tinham ninguém), manifestando o seu desagrado junto dos Assistentes de Recinto Desportivo pela hora a que conseguiram entrar. Foi isso que explicou que o encontro que contou com cerca de 18.000 espectadores (com a bancada B fechada à exceção do setor do Dumiense) tenha começado com o topo Sul bem mais vazio do que estava depois durante a segunda parte.