A ministra da Defesa Nacional defendeu esta sexta-feira a necessidade de “preservar e defender” valores como o pluralismo e a democracia, considerando que são conquistas que “nunca estão verdadeiramente garantidas”, especialmente numa altura de tensão internacional.

“Hoje celebramos a determinação portuguesa na restauração da nossa independência, mas celebramos também os princípios e valores que nos regem no Portugal livre e democrático e que são a âncora dessa independência”, afirmou Helena Carreiras.

A governante defendeu que estes são princípios e valores que os portugueses devem “continuar a preservar e defender”, sustentando que “o pluralismo, a democracia, o Estado de Direito são conquistas que nunca estão verdadeiramente garantidas, e porque são elas que fundam o sentido de pertença à coletividade política e cultural que é a pátria”.

A ministra discursou esta manhã nas comemorações do 1.º de Dezembro, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, uma cerimónia que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, entre outros.

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“Embora Portugal viva em paz, sem ameaças diretas à nossa integridade territorial, continua a ser necessário salvaguardar o modo de vida democrático face ao crescente questionamento da ordem internacional, assente nos valores e princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas”, apontou.

A ministra da Defesa defendeu também que, “quase a completar os 50 anos do 25 de Abril de 1974, importa preservar a liberdade e a democracia” que foi conquistada, mas também “cuidar e manter vivo esse legado que abriu caminho para o desenvolvimento do país e a sua abertura para o exterior”.

Apontando também que “lembrar a Restauração da Independência é valorizar a soberania nacional, mas sempre na sua relação com uma cidadania livre e assente nos valores constitucionais”, Helena Carreiras defendeu que “só dessa forma” é possível contribuir “para a preservação da memória coletiva” e para Portugal continuar a construir-se como “país europeu, atlântico, lusófono, claramente inserido na ordem multilateral e aberto à globalização”.

Discursando na mesma cerimónia, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa afirmou que este dia é “de todos os portugueses”, constituindo “um daqueles momentos onde prevalece a união, e não a fricção”.

“E hoje mais do que nunca essa união é tão importante num mundo em que fricção extremou e se tornou parte da nova normalidade”, defendeu o autarca da capital.

Carlos Moedas sustentou que essa união é também necessária para garantir “a liberdade para os portugueses não viverem sobrecarregados de impostos, para as pessoas decidirem por elas mesmas o que fazer da sua própria vida, e não terem os políticos sempre a impor-lhes o que fazer, a capacidade para os mais jovens conseguirem comprar uma casa e construir família, a capacidade para garantir o acesso a um médico aos mais idosos, que tanto precisam, a imaginação para fazer da inovação a fonte da riqueza, do emprego e do bem-estar”.

A assistir à cerimónia estiveram cerca de três dezenas de pessoas do Grupo de Amigos de Olivença, com uma faixa onde se lia “Olivença é terra portuguesa”, e também cartazes com expressões como “Olivença é ferida por sarar”, “sem Olivença falta cumprir Portugal”, ou “Olivença é portuguesa, justiça histórica agora”.