O Brasil entregou esta quinta-feira a presidência temporária do Mercosul ao Paraguai, que a exercerá durante o primeiro semestre de 2024, numa cerimónia protocolar durante a cimeira do bloco.

Após seis meses em que o Brasil se esforçou, sem sucesso, para concluir as negociações entre o Mercosul e a União Europeia (UE), o Paraguai já anunciou que a sua prioridade será reforçar as relações comerciais com o Japão, a Coreia do Sul e os Emirados Árabes Unidos.

O líder brasileiro aproveitou a mudança de liderança para pedir ao seu sucessor que continue em 2024 os esforços feitos pelo Brasil para concluir o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), considerando que o entendimento está próximo.

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, anunciou na reunião de quarta-feira dos chanceleres do Mercosul, também no Rio de Janeiro, que o seu país continuará as negociações com a União Europeia enquanto o bloco europeu oferecer “a flexibilidade necessária para avançar”.

Ramírez Lezcano afirmou que o Mercosul não pode continuar a desgastar-se com negociações que se arrastam há duas décadas e que continuam estagnadas devido a novas exigências dos europeus, agora ambientais.

O próprio Peña afirmou recentemente, quando questionado se o país, como presidente rotativo do Mercosul, faria o mesmo esforço que o Brasil para chegar a um acordo com a União Europeia, disse que o Paraguai “está olhando para o outro lado”.

Embora o Paraguai ainda não tenha tomado uma posição sobre o assunto, o Uruguai insistiu durante a cimeira do Rio de Janeiro que o Mercosul deve acelerar o seu processo de abertura comercial e iniciar imediatamente negociações com a China.