A Rainha Isabel II considerava “imperativo” que os duques de Sussex, o príncipe Harry e Meghan Markle, mantivessem um dispositivo de segurança depois de abandonar os deveres reais, expôs uma carta divulgada esta semana. De acordo com o Telegraph, a carta contraria “a narrativa dominante” de que a família real “rompeu com o Duque e a Duquesa” depois do casal ter saído do Reino Unido.

Príncipe Harry definitivamente impedido de pagar para ter segurança policial no Reino Unido

O então secretário da Rainha, Sir Edward Young, afirmou a um comité do Home Office (Ministério da Administração Interna no Reino Unido) que a segurança dos duques de Sussex era “da maior importância para Sua Majestade e sua família”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O secretário privado da Rainha escreveu a Sir Mark Sedwill, à data chefe da administração pública (civil service), para relatar as decisões da Rainha e do príncipe depois do encontro de Sandringham em janeiro de 2020. O documento, redigido em nome do Palácio, argumentava que os duques deveriam manter a segurança, mesmo tendo abandonado funções oficiais.

O secretário da monarca refere ameaças de “extremistas” aos Sussex e invoca “trágicos incidentes do passado”, em referência à princesa Diana.

A missiva está incluída nos documentos divulgados no âmbito de um julgamento por difamação movido pelo príncipe contra a Associated Newspapers Ltd., o grupo que detém o Daily Mail. Em causa está um artigo publicado na edição de domingo da publicação, o Mail on Sunday, que relata o pedido de revisão judicial apresentado pelo duque de Sussex depois da retirada de proteção policial pelo Home Office.

O tabloide acusa Harry de tentar disfarçar os seus esforços para manter proteção policial, paga pelo erário público, após abandonar a posição como membro sénior da família real.

Parte do processo incide sobre se, e quando, o príncipe Harry se ofereceu para pagar sobre a sua própria segurança. O duque afirma tê-lo feito em Sandringham, mas a entidade responsável — o Comité Executivo para a Proteção de Realeza e Figuras Públicas — defende não ter recebido a essa altura qualquer proposta nesse sentido.

O juiz decidiu esta sexta-feira que a Associated Newspapers Ltd. pode continuar a argumentar que o artigo refletia uma “opinião honesta” sobre os factos do caso e não era, por isso, difamatória. O arguido tem uma “real possibilidade” de demonstrar que as declarações públicas do príncipe, ou em seu nome, eram erróneas, nota o acórdão. “Antecipo que, em julgamento, o arguido pode submeter que isto foi uma masterclass (sic) na arte do ‘spin'”, considerou o juiz Matthew Nicklin.

O processo irá a tribunal em 2024. As audiências prévias irão continuar na terça-feira, dia 12 de dezembro, para determinar os procedimentos seguintes.