O secretário-geral do PSD, Hugo Soares, acusa o Governo de ter adquirido ações dos CTT num processo com “grande nublosa e obscuridade” e que, por isso, o partido exige “saber porque a Parpública não deu nota da aquisição destas participações no relatório e contas anuais, como tem feito relativamente a outras participações”.

Conforme se vê nos relatórios da Parpública, há uma referência a outras participações não especificadas e que no final de 2020 estavam avaliadas em 112 mil euros e que, no final de 2021, passou para 1,73 milhões de euros. Já no final de 2022 as outras participações estavam avaliadas em 1,208 milhões de euros. Não são especificadas as participações.

A Parpública chegou a revelar participações mais pequenas, mesmo aquelas consideradas residuais. Agora, diz que vai passar a colocar as ações dos CTT.

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Por outro lado, Hugo Soares exige a António Costa “que torne público o despacho do ministro das Finanças” para que se percebam os critérios. O secretário-geral do PSD aponta ainda a Pedro Nuno Santos que era na altura o ministro que tutelava os CTT: “É importante também saber se o ministro que tutelava o ministério das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, deu instruções às finanças para que esta aquisição, como a lei exige, pudesse ser feita.”

Hugo Soares quer saber se a compra foi para “servir os interesses do PS” num acordo com o Bloco de Esquerda ou “um capricho do então ministro e agora secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.” E acrescenta: “Não é a primeira vez que se vem a perceber que Pedro Nuno Santos toma decisões, que não dá a cara por elas, que se esquece e que depois tem de as vir explicar.”

O secretário-geral do PSD acusa Pedro Nuno Santos de quer “nacionalizar tudo o que é privado”. “Agora sabemos que, depois de brincar aos aviões, quis brincar aos correios, com o nosso dinheiro. Tem de dar a cara. Tem de explicar”, exigiu.

Hugo Soares atira ainda a António Costa que acusa de estar “a usar o Governo para fazer campanha eleitoral”. O secretário-geral exige que o primeiro-ministro — “que se demitiu, mas que anda em campanha eleitoral para favorecer o PS” — tenha “decoro” e que “percebesse que o país está em pré-campanha”.

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