O consumo de drogas de Elon Musk está a preocupar pessoas próximas, acionistas, e investidores, relata o Wall Street Journal (WSJ). A publicação norte-americana avança que pessoas próximas de Musk descrevem o contínuo consumo de drogas e temem que o multimilionário desenvolva problemas de saúde.

Além do conhecido uso de marijuana, o homem mais rico do mundo também consome LSD, cocaína, ecstasy e cogumelos em festas cuja entrada depende de acordos de confidencialidade, ou do confisco dos telefones, nota o jornal, que refere “pessoas que assistiram ao consumo”.

Elon Musk foi a um podcast e fumou marijuana, bebeu uísque e lançou chamas

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Numa longa reportagem, o WSJ expõe como o consumo de drogas pelo CEO da Tesla — e a perceção do que implica —  ameaçam “os cerca de um bilião de dólares em ações detidos por investidores, dezenas de milhares de postos de trabalho e boa parte do programa espacial americano”. Isto porque “Musk é essencial para o valor das suas empresas”, explica.

Contudo, os contratos que as empresas de Musk, nomeadamente a Space X, têm com o governo dos Estados Unidos proíbem o consumo de drogas ilegais, o que aumenta o alarme dos acionistas.

O WSJ elenca vários episódios de consumo em eventos privados, como uma festa que Musk organizou em Los Angeles e onde tomou várias pastilhas de ácido, ou quando tomou cetamina com o irmão, Kimbal Musk, numa festa em Miami.

Ao nível da sua vida profissional, “fontes familiarizadas com o assunto” revelaram à mesma publicação que Linda Johnson Rice, uma ex-diretora da Tesla, estava tão preocupada com o consumo de drogas e frustrada com o comportamento de Musk que não se recandidatou para o conselho de administração da empresa em 2019 .

O WSJ destaca também que os diretores da empresa notaram que Musk estava alterado numa reunião da Space X em 2017, onde o CEO arrastou um discurso desconexo perante centenas de funcionários até que a presidente da empresa, Gwynne Shotwell, assumisse o controlo da situação. A situação, que uma fonte descreve como “sem sentido” e “vergonhosa”, criou suspeitas entre os dirigentes de que Elon estaria sob o efeito de drogas, embora nada esteja provado.

Elon Musk não reagiu às perguntas das jornalistas do WSJ, mas Alex Spiro, o advogado e porta-voz de Musk, informou que este é faz testes de despiste regulares e nunca acusou qualquer drogas, acrescentando que o episódio da reunião da SpaceX é falso e que a reportagem contém “outros factos falsos” — sem, no entanto, os identificar.

Fontes próximas do dono do X avançaram ainda que este estava alterado por drogas quando deu uma entrevista no ano seguinte, onde se emocionou ao descrever as dificuldades de 2017.

Musk já atribuiu o comportamento errático e imprevisível à sua saúde mental e à falta de sono. Em 2017, confirmou no então Twitter que era bipolar, e em 2021 anunciou que tinha síndrome de Asperger, uma doença do espetro do autismo. O WSJ também revelou em 2023 que Musk usava cetamina para controlar a depressão.

Droga em Silicon Valey. Elon Musk usará cetamina para controlar a depressão