A Google continua a trabalhar em novas formas de procurar informação online. Esta quarta-feira apresentou mais uma, com a qual bastará desenhar um círculo no ecrã à volta de algo que lhe tenha suscitado curiosidade para receber um resultado.

A “Circle to search”, em português traduzido para circundar para pesquisar, tira partido da inteligência artificial (IA) e das funcionalidades de reconhecimento de imagem. Embora o nome da funcionalidade fale em círculo, a ideia de “rabiscar” ou mesmo tocar em algo que interesse vai funcionar, revela a tecnológica.

Samsung lança linha S24 e aposta na inteligência artificial para traduzir chamadas em tempo real (e não só)

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Por agora só vai funcionar nos dispositivos Android e num grupo muito restrito de smartphones topo de gama. A lista é composta pelo Pixel 8 e 8 Pro, que são vendidos pela Google, e na linha Galaxy S24, apresentada pela Samsung esta quarta-feira. Numa mesa redonda com a imprensa, para explicar alguns detalhes sobre esta forma de pesquisar, foi explicado que existe a ambição de fazer com que haja compatibilidade com mais dispositivos, mas sem especificar quando.

O Google ainda não sabe responder a todas as pesquisas – mas muda com mais frequência do que se pensa

A funcionalidade ficará disponível a 31 de janeiro, “em todos os idiomas e nos locais” onde a lista restrita de telefones esteja à venda, explica a Google. É o mesmo dia em que chegam os smartphones da marca sul-coreana ao mercado que, como resultado da parceria entre a Google e a Samsung, recorrem ao modelo Gemini para pôr a funcionar as novas ferramentas de IA.

A empresa explica que a funcionalidade vai funcionar com todas as aplicações – por exemplo, se vir alguém a partilhar um vídeo nas redes sociais e quiser encontrar uns óculos de sol ou umas botas, bastará rabiscar para ver a pesquisa do Google. Tudo sem sair da aplicação onde está.

Google circle to search

Neste exemplo, a curiosidade é aguçada por umas botas. Bastará tocar para procurar

A diferença em relação à pesquisa normal, em que é habitualmente é preciso acionar o Google e escrever ou ditar o que procurar, é que, devido à IA, vai ser possível fazer perguntas adicionais. Por exemplo, alguém nas suas redes sociais partilha um vídeo de hotdogs coreanos – se fizer um círculo no ecrã, vai receber mais informação e ainda é possível fazer questões complexas sem ter de voltar a indicar qual é o tema.

Esta forma de pesquisa vai funcionar tanto para quem tem a navegação por gestos no telefone ou por botões, explica a Google.

Um exemplo de uma pesquisa num Samsung Galaxy S24 Ultra

A Google anunciou também que a pesquisa multisearch, que combina vários modos de pesquisa (texto, voz ou imagens) vai passar a ter IA generativa para apresentar mais resultados. Por exemplo, se apontar a câmara do telefone ou fizer algum ‘upload’ de uma fotografia que tem na galeria, a IA vai tentar mostrar alguns resultados. Por exemplo, tem um tabuleiro de xadrez à frente mas não sabe como jogar. Bastará apontar a câmara para receber informação que seja considerada relevante, em vez de abrir vários resultados de pesquisa para encontrar um que faça sentido. Mais uma vez, também será possível fazer questões mais complexas ou com nuances.

A diferença é que, para já, esta funcionalidade de pesquisa multimodos com IA só vai ser disponibilizada nos EUA e em inglês, sem indicações sobre quando poderá chegar à Europa.

Google lança novos smartphones Pixel, que chegam pela primeira vez a Portugal

A Google tem apostado em novas formas de pesquisar ao longo dos últimos anos. Atualmente, já é possível pesquisar através de comandos de voz e por imagens, através da app Lens. Ou, se quiser encontrar determinada música, existe também a função trautear para pesquisar, em que basta assobiar ou tentar imitar a melodia durante 15 segundos para tentar encontrar uma música.

Basta assobiar ou trautear e a Google descobre que música não lhe sai da cabeça

A partir do momento em que a IA generativa começou a chamar à atenção, também a Google passou a tentar tornar a pesquisa mais intuitiva e capaz de compreender linguagem natural com a evolução dos modelos.