A entrada de Daniele De Rossi para o comando da Roma, num regresso à formação da capital de um dos mais reputados capitães dos giallorossi dos últimos anos, teve o condão de esvaziar (em parte) toda a contestação após o despedimento de José Mourinho. No entanto, nem por isso os adeptos deixaram de manifestar o seu sentimento na sequência do técnico português, colocando uma tarja num viaduto com a inscrição “Clube fantasma, jogadores sem coragem, honra para ti, José Mourinho”. Uma boa onda de resultados poderá ser suficiente para abrandar a atual onda de protestos mas é notório que o outrora Special One deixou marca ao longo de dois anos e meio nos romanos. Uma marca que, ainda hoje, abre portas noutras latitudes.

Desde a saída da Roma, comunicada pelos proprietários do clube na manhã de terça-feira, José Mourinho fez apenas uma mensagem de despedida nas redes sociais com dez palavras e um vídeo onde recordava alguns dos principais momentos que teve nos giallorossi, já depois de mostrar toda a emoção à saída de Trigoria perante cerca de 50 adeptos que se deslocaram ao centro de estágios para criticar Dan Friedkin. No entanto, nem por isso o técnico parece ter perdido mercado e aquilo que parecia ser apenas uma “promessa” a médio/longo prazo em termos de carreira pode ver o seu prazo antecipado… para as próximas semanas.

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De acordo com a imprensa saudita, o Al Shabab, atual 11.º classificado da Liga onde pontificam estrelas como Cristiano Ronaldo, terá entrado em contacto com o português através do seu diretor desportivo, Domenico Tite, para aceitar rumar de imediato ao clube. Mais: a resposta do agora antigo técnico da Roma terá aberto a porta a esse mesmo interesse, com mais questões sobre o projeto que a equipa apresenta agora e para a próxima temporada. Da parte de Mourinho, não existe ainda qualquer comentário à notícia.

Não sei se vou continuar na Roma. Tenho uma relação especial com a cidade e com este clube, os adeptos fazem com que te sintas diferente. A Roma tem um lugar muito especial na minha carreira. Arábia Saudita? Um dia vou trabalhar lá. No entanto, quando digo ‘um dia’, não estou a falar de amanhã ou depois de amanhã”, admitiu Mourinho numa entrevista em novembro.

O jornal saudita Al-Sharq Al Awsat vai mais longe e refere mesmo que Saad Al-Tasty, CEO da Liga saudita, já terá dado parecer positivo à contratação do treinador português pelo Al Shabab, havendo essa garantia de que a equipa terá no futuro mais “estrelas” como aqueles que são os principais candidatos ao título (e que passaram a ser detidos pelo Fundo Estatal do país): Al Hilal, Al Nassr, Al-Ittihad e Al Ahli.

“Acho que um dia irei para a Arábia Saudita. Mas ‘um dia’ não é amanhã nem depois de amanhã”, diz Mourinho

De referir que o Al Shabab tem nesta fase o terceiro treinador da temporada, que começou com o neerlandês Marcel Keizer, antigo técnico do Sporting, teve depois numa fase de transição o argentino Juan Brown e conta agora com o croata Igor Biscán, que não conseguiu inverter os resultados aquém da equipa na Liga saudita. Yannick Carrasco, belga contratado ao Atl. Madrid, Éver Banega, Gustavo Cuéllar, Kim Seung-gyu e Romain Saïss são as principais figuras da formação de Riade, que conta ainda com dois brasileiros que passaram pela Primeira Liga de Portugal: o central Iago Santos e o avançado Carlos Júnior.