A Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) informou, esta sexta-feira, ter em curso os processos de autorização de operação para aeronaves de maiores dimensões nos heliportos hospitalares de Bragança e de Mirandela. O objetivo é garantir “no mais curto espaço de tempo possível” a operacionalidade do helicóptero do INEM a operar no distrito desde o início do ano.

A certificação é pedida à Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), “dando assim cumprimento aos habituais procedimentos relativos à avaliação destas infraestruturas atendendo às normas e práticas recomendadas neste âmbito”, disse a ULSNE em comunicado enviado em resposta à Lusa, que questionou a entidade responsável pela gestão das unidades de saúde da região sobre as limitações atuais nos transportes aéreos de emergência médica no distrito de Bragança.

Desde 3 de janeiro que está a operar a partir da base de Macedo de Cavaleiros um helicóptero de emergência médica ao serviço do INEM de modelo AW139, de maior porte e maior autonomia, que estava antes em Évora e que substituiu o anterior A109S em Trás-os-Montes.

Segundo explicou à Lusa Tiago Faria Lopes, presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), o AW139 “não tem nem tamanho, e, por vezes, nem peso” para aterrar nos heliportos para onde está adjudicado, que não têm a certificação necessária.

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No mesmo comunicado, a ULSNE considerou que se trata de “um importante investimento” para garantir “no mais curto espaço de tempo possível as condições necessárias para a operacionalidade da nova aeronave de transporte aéreo de emergência nas infraestruturas aeroportuárias contíguas aos Serviços de Urgência Médico-Cirúrgica do distrito de Bragança”.

“A ULS do Nordeste prossegue assim a sua atuação em conformidade com os padrões de segurança (…) para garantir as melhores condições de prestação de cuidados de saúde à população, desenvolvendo, nesse sentido, as diligências consideradas necessárias também ao nível das condições de atuação dos meios de emergência pré-hospitalares, numa ótica de articulação de meios e de serviços na área da Saúde”, lê-se ainda no comunicado.

Em Mirandela, o helicóptero anterior, mais pequeno, já só podia aterrar durante o dia, por falta de certificação de segurança para o fazer à noite. Contactada pela Lusa, a câmara de Mirandela disse que o heliporto do hospital do concelho é “um instrumento fundamental na celeridade de resposta de saúde à população do concelho e da região” e explicou que disponibilizou para a aterragem o Campo Sintético da Reginorde.

Em parceria com os Bombeiros Voluntários locais, “garantem a disponibilidade 24/24h deste local alternativo de pouso do helicóptero do INEM”, avançou ainda o município numa nota escrita. “Esta solução disponibilizada pela autarquia acresce cerca de 3 minutos (1,6km) ao tempo de chegada/partida do Hospital de Mirandela”, detalhou a autarquia.

Outra alternativa cedida é o aeródromo municipal, que “aumenta o tempo de resposta a situações de emergências aerotransportadas em cerca de 6 minutos (4,5km)”.

Em Bragança a aterragem passou a ser no aeródromo municipal, a 15 minutos por estrada, mais o tempo de transferir o doente entre hospital, ambulância e aeronave, o que acrescenta 20 minutos no total ao socorro prestado, segundo o SPAC

O helicóptero AW139 também não consegue aterrar, segunda ainda o SPAC, no heliporto de Massarelos, no Porto.