O Hospital Amato Lusitano (HAL) de Castelo Branco vai ter um novo bloco de partos, um investimento de 750 mil euros que está em curso há três meses.

Trata-se de um projeto de 750 mil euros. As obras já estão em curso há cerca de três meses e estou seguro de que vão ser concluídas antes do tempo previsto”, disse esta quarta-feira à agência Lusa o presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB).

José Nunes explicou que se trata de uma obra de raiz que vai permitir ao HAL ter um bloco de partos moderno e com todas as condições de qualidade e de segurança.

“Em boa hora concorremos e fomos contemplados. Fizemos o projeto, a candidatura, que foi aprovada, sendo o financiamento da Administração Central”, disse.

Segundo este responsável, o HAL registou um aumento no número de partos, de 2022 para 2023, de 370 para 400.

“O bloco é um projeto charneira que vem alavancar e reforçar a nossa instituição. Em termos de obra, gostava também de realçar a remodelação do ambulatório, num projeto que já vinha de trás. Temos um edifício de ambulatório de qualidade. Era uma obra necessária”, frisou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo o presidente do CA da ULSCB, esta obra permitiu criar uma urgência pediátrica diferenciada da urgência geral.

“Conseguimos ter urgência pediátrica diferenciada da urgência geral, que esta concluída e a funcionar, e ainda acomodámos a unidade de desenvolvimento da criança”, realçou José Nunes.

Outro projeto concluído e em funcionamento diz respeito ao serviço de psiquiatria.

“A remodelação e ampliação na psiquiatria foi uma obra do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], que custou mais de 850 mil euros. Permitiu um aumento do número de camas e melhores condições, quer para consulta, quer para internamento. Esta foi uma obra feita em tempo recorde”, salientou.

A ULSCB foi ainda alvo de uma reorganização que visa a melhoria da prestação de serviços e redução de utentes sem médico de família, que incluiu a criação de duas novas Unidades de Saúde Familiar (USF).

Atualmente, a ULSCB tem três USF e um serviço dedicado a utentes sem médico de família.

Segundo José Nunes, com esta reestruturação conseguiu-se passar de uma situação “algo complicada” para “um número já aceitável” de utentes sem médico de família, que ronda os 2.000.

“Gradualmente, estamos a criar as condições para que daqui a um ano consigamos ter a população abrangida com médico de família”, realçou.

Aposentação de médicos preocupa ULS de Castelo Branco

O presidente do conselho de administração da ULSCB  referiu ainda que  “o problema mais crítico” com que se debate é do aumento das aposentações de médicos e a dificuldade em fixar novos clínicos.

José Nunes considerou funcional o modelo das ULS, uma vez que integram a atividade hospitalar com os cuidados de saúde primários.

O presidente do CA da ULSCB falou dos últimos três anos que coincidiram com o surgimento da pandemia de Covid-19, “um desafio árduo, mas que foi vencido e correu bem”.

“Tivemos um problema. Este período [retoma da pandemia] coincidiu também com o aumento do número de reformas de médicos. Estivemos em contraciclo. Infelizmente, tivemos aqui um aumento do número de médicos aposentados, quer ao nível hospitalar, quer ao nível dos cuidados primários”, explicou.

José Nunes assumiu que atualmente “este é talvez o problema mais crítico” com que se debate a instituição, “as aposentações dos médicos e a dificuldade em fixar novos médicos”.

Contudo. realçou que este não é um problema da ULSCB, mas uma situação transversal à maioria das instituições públicas de saúde.

“Para obtermos estes resultados positivos, temos recorrido a prestadores de serviço, tal como outras instituições”, sublinhou.

Este responsável disse sentir orgulho por tudo o que a instituição fez ao longo dos últimos três anos e pelo que está a fazer.

A ULSCB tem atualmente no seu quadro de pessoal um total de 1.480 trabalhadores.

Para este ano, o orçamento da instituição é de 117 milhões de euros, sendo que a maior fatia, 60%, é absorvida com o pessoal, seguindo-se as despesas com os medicamentos e os transportes.