O líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, poderá ordenar uma ação militar letal contra a Coreia do Sul nos próximos meses, avança esta quinta-feira o New York Times. O jornal cita dirigentes norte-americanos, que têm notado que o regime de Pyongyang não só tem levado a cabo várias provocações — como o lançamento de múltiplos mísseis nos últimos dias —, assim como tem adotado um tom mais agressivo.

Segundo as mesmas fontes, ainda que tais dados não signifiquem que uma guerra está iminente, teme-se que Kim Jong-Un lance um ataque que vise a escalada da situação com a Coreia do Sul e que possa haver um conflito nos próximos tempos.

Publicamente, o vice-conselheiro do Conselho de Segurança Nacional, Jonathan Finer, disse, num fórum dedicado a discutir os assuntos de segurança da Ásia, que a Coreia do Norte escolheu continuar um “caminho muito negativo” nos últimos tempos.

Um dos sinais recentes que preocupam os dirigentes norte-americanos consiste no facto de a Coreia do Norte ter abandonado, em meados deste mês, o objetivo da reunificação pacífica com a Coreia do Sul. Para justificar a decisão, Kim Jong-un explicou que já não vê em Seul um “parceiro para a reconciliação e a reunificação”, mas antes um inimigo que deve ser subjugado.

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Além das provocações relacionadas com lançamentos de mísseis e desta decisão, o líder supremo norte-coreano disse recentemente que a Coreia do Sul deve ser considerado o “Estado mais hostil” nas diretrizes da política externa de Pyongyang.

Numa análise publicada no site 38north, dois especialistas em política norte-coreana, Robert Carlin e Siegfried Heckher, defendem que a situação na península coreana é a “mais perigosa desde junho de 1950”: “Pode soar muito dramático, mas acreditamos que, como o seu avô em 1950, Kim Jong Un tome a decisão estratégica de ir para a guerra”.  

“Não sabemos quando nem como Kim Jong Un planeia carregar no gatilho, mas o perigo está muito mais além dos avisos de rotina de Washington, Seul e Tóquio”, avisam os dois especialistas.

Não obstante, os dirigentes norte-americanos acreditam que, para já, o regime de Pyongyang não deverá avançar para uma guerra. Ouvido pelo New York Times, um deles recordou que a Coreia do Norte enviou munições e armamento para a Rússia, o que significa que o país não terá nos seus planos uma guerra a curto prazo.

Em resposta a todas estas provocações, o Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, garantiu que se Pyongyang escalar a situação, haverá uma “retaliação múltipla”.