Marcus Rashford já não tinha propriamente o melhor histórico a nível de “deslizes” à noite foras das quatro linhas mas, dentro de uma imagem que colou e demora a descolar, havia uma espécie de “atenuante” e ainda uma “agravante”. Atenuante? O facto de ter sido apanhado a última vez numa discoteca de madrugada depois de um encontro e para celebrar o seu aniversário (algo que nem mesmo a pesada derrota por 3-0 com o rival City condicionou). Agravante? Depois de uma época em que marcou 30 golos e fez nove assistências em 56 jogos atuando muitas vezes mais descaído sobre a esquerda e não como principal referência ofensiva, esta temporada corre mal em qualquer posição entre apenas quatro golos e cinco assistências em 26 partidas. Na semana passada, o jogador foi protagonista de novo caso. Um caso com agravantes e sem atenuantes.

Em resumo, o internacional inglês teve uma noite até altas horas da madrugada em Belfast, na Irlanda do Norte, voltando a Manchester na sexta-feira mas para dizer por telefone ao técnico que estava doente e não conseguia ir treinar. Problema? O The Sun conseguiu não só fotografias do jogador na noite como alguns testemunhos de tudo o que se passou (como o de uma empregada de mesa chamada Sarah Adair, de 30 anos, que foi convidada para a festa) quase como se por cada pormenor Rashford ficasse ainda pior.

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O que revelou? Que sendo uma festa VIP foi no mínimo uma “noite estranha”, que o jogador estava a beber shots de tequila e coktails “como se estivesse numa missão para se embebedar”, que depois de tudo o que bebeu “nunca teria condições no dia seguinte para treinar”, que esteve com um amigo e duas mulheres, “uma amiga e outra francesa muito bonita que depois ficou zangada”. “Ele depois foi contra uma parede e tive de o arrastar para a cama. Estava vestido, apagou completamente. Nem se deitou debaixo dos lençóis”, disse. “Marcus Rashford esteve ausente por doença. O resto é assunto interno. Eu cuidarei disso. Como eu disse antes do jogo, é um assunto interno”, começou por dizer Erik ten Hag, técnico do Manchester United que deixou o jogador de fora no encontro seguinte para a Taça de Inglaterra enquanto o caso ia sendo resolvido.

“No futebol, é preciso disciplina dentro e fora de campo. Existe uma linha entre o que é necessário, todos os jogadores profissionais sabem disto”, acrescentou depois o neerlandês, confirmando que o inglês ia voltar aos convocados no regresso da equipa aos jogos da Premier League (depois de pagar uma pesada multa). E se tudo ficou “arrumado” na segunda-feira depois de pedir desculpa pelo sucedido numa reunião com o treinador, essa redenção começou também a chegar dentro de campo a bem do Manchester United.

O momento do Wolverhampton não poderia ter sido melhor, com dez pontos nos últimos 12 possíveis em encontros do Campeonato além da passagem à eliminatória seguinte da Taça no polémico encontro frente ao WBA que esteve interrompido por problemas nas bancadas, o do Manchester United funcionava quase como um contraste com apenas um triunfo nos derradeiros seis encontros na prova mas foram mesmo os red devils a levarem a melhor num duelo realizado exatamente quatro anos depois da estreia de Bruno Fernandes pela formação inglesa contra o mesmo adversário (que voltou a contar com José Sá, Toti Gomes, Nelson Semedo e Pedro Neto) e que teve Marcus Rashford como um dos principais protagonistas do jogo.

Com apenas cinco minutos jogados, num grande movimento coletivo de um United que quando quer mostra que também sabe jogar, o inglês recebeu uma assistência de Höjlund após simulação de Bruno Fernandes para rematar de primeira sem hipóteses para José Sá. E não ficaria por aí, fazendo o passe decisivo para Luke Shaw assistir Höjlund para o 2-0 (22′) numa primeira parte que teria ainda mais dois golos anulados aos visitantes por Höjlund e Casemiro. No segundo tempo, Pablo Sarabia ainda conseguiu reduzir de penálti acabado de entrar no encontro (71′) mas McTominay respondeu da mesma forma pouco depois, marcando o 3-1 após assistência de Bruno Fernandes (75′). O Wolves ainda conseguiu reduzir a desvantagem na parte final, com Max Kilman a aproveitar uma insistência na área para marcar o 3-2 (85′), e tudo chegaria em aberto às compensações, altura em que Pedro Neto aproveitou uma transição para fazer o 3-3 aos 90+5′ antes de mais uma resposta quando poucos ou nenhuns acreditavam num grande golo de Mainoo (90+7′).