Ele pode tentar fugir a todas as convulsões, as convulsões parecem encontrar sempre forma de encontrá-lo. Joan Laporta, presidente do Barcelona, concedeu esta sexta-feira uma entrevista à RAC1. Era uma conversa daquelas que “marcam” um mandato, que todos os restantes meios espanhóis estão preparados para seguir ao minuto ainda antes de começar, que serviria para fazer um ponto de situação num clube que continua a ser assolado por dados novos que criam instabilidade. Afinal, tornou-se mais num meio de “defesa” por todas as decisões que tem tomado e de “ataque” contra os outros (vulgo Real Madrid). Pelo meio, o líder catalão deixou também algumas “novidades” e uma acabou por tocar em Portugal… contrariando tudo e todos.

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Depois de ter falado da situação de Xavi Hernández, técnico que anunciou a saída no final da época quase que a “esvaziar” a pressão que sentia em torno de uma equipa em défice de resultados e exibições, do plano mais financeiro (recusando a ideia que vai crescendo na Catalunha de que poderá tentar apresentar uma proposta para que o clube se torne numa sociedade), do impacto do caso Negreira e daquilo que considera ser uma “pressão” do Real Madrid junto dos árbitros através do canal do clube, Laporta focou-se também na criação da Superliga Europeia, que tem os dois rivais espanhóis como principais baluartes, avançando que a competição pode nascer na próxima temporada ou na seguinte mas contará com várias equipas de topo.

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“Se não tiver início em 2024/2025, será em 2025/2026. Não me incomoda que não venham os ingleses. Fazes uma proposta a um clube para participar e dizes-lhe que vai ganhar 100 milhões de euros, um valor que não ganharia mesmo conquistando a Liga dos Campeões. Barcelona, Real Madrid, Inter, Milan, Nápoles e Roma estão de acordo. Depois há o Marselha em França. Os três portugueses, os três neerlandeses, Club Brugge e Anderlecht gostariam de entrar. São 16 ou 18 equipas”, comentou na mesma entrevista o número 1 dos blaugrana, falando sobre a possibilidade de FC Porto, Benfica e Sporting entrarem na nova competição.

Problema? Todos esses clubes se mostraram contra a criação de uma competição paralela à Liga dos Campeões, sendo que a própria Federação, através de Fernando Gomes, se mostrou contra essa ideia. “Já em 2020 manifestei a minha total discordância e repúdio pela criação de uma Superliga. Três anos depois mantenho a minha opinião. Acho que é uma péssima ideia para o futebol, pois viola todos os princípios do mérito desportivo. A concretizar-se, prejudicaria muito o futebol como um todo e os clubes portugueses em particular. Por isso a FPF foi, é e será convicta e frontalmente contra competições organizadas fora das federações e ligas e apoia de forma firme o modelo desportivo europeu”, destacou.

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“O Benfica esclarece, em face da decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, que a Superliga Europeia continua a não ser uma prioridade ou alternativa e que um crescente entendimento e forte cooperação entre a UEFA e a ECA [Associação Europeia de Clubes] são o modelo que melhor defende os valores, a tradição e os pergaminhos do futebol europeu”, defenderam os encarnados. “A decisão conhecida do Tribunal de Justiça da União Europeia não pode servir para desunir a família do futebol, mas sim para trabalharmos todos em conjunto para um futebol moderno, sustentável, respeitando a tradição europeia do acesso às competições ter apenas em consideração o mérito desportivo”, salientou o FC Porto. “No seguimento da decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, o Sporting esclarece que defenderá sempre a existência de ligas domésticas e um modelo de competições europeias democrático, alicerçado em critérios de transparência e meritocracia”, realçaram os leões no mesmo dia.