Os procuradores e diretores de polícia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) defenderam, esta segunda-feira, estratégias e mecanismos comuns para prevenir e combater o tráfico de droga, considerando-o um desafio para toda comunidade.

“Eu achei pertinente a Procuradoria-Geral de Moçambique ter escolhido este tema que é linear em todos os países da comunidade. Todos nós nos debatemos com o flagelo do tráfico de droga” e, o encontro, vai servir para a identificação de “mecanismos comuns de combate a este flagelo”, disse Kelve Nobre de Carvalho, procurador-geral de São Tomé e Príncipe, à margem do encontro que se realiza em Maputo, Moçambique.

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A reunião dos procuradores-gerais e diretores de polícias e serviços de investigação criminal da CPLP decorre sobre o lema “Fortalecendo o Judiciário no Combate à Droga” e realiza-se no âmbito do reforço da cooperação na prevenção e combate a criminalidade organizada e transnacional, terrorismo, tráfico de drogas, branqueamento de capitais e corrupção na comunidade.

Para o procurador-geral de São Tomé e Príncipe, do encontro em Maputo, vão ser levadas para casa “experiências e ensinamentos” que vão permitir que “de forma unida” a CPLP “combata efetivamente o tráfico de estupefacientes”.

O primeiro-ministro de Moçambique espera que no encontro sejam identificadas e propostas “ações concretas” para melhorar a troca de informações e o combate à criminalidade, considerando que o fenómeno é “nocivo” e coloca em causa a segurança dos países da CPLP.

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“A realização deste evento gera em nós uma enorme expetativa de ver adotada, pelos decisores do judiciário da CPLP, uma estratégia comum e um plano de ação exequível que vá ao encontro com o engajamento coletivo dos nossos Estados no que concerne a prevenção e combate à droga e outras tipologias de crimes”, disse Adriano Maleiane.

A procuradora-geral moçambicana alertou para uma “maior sofisticação e complexidade” do crime organizado, referindo que a situação exige a “congregação de energias, confluência de esforços e experiências uns dos outros” para fazer face aos desafios impostos.

“A compreensão profunda desta realidade levará a que nós, Ministérios Públicos e Polícias de Investigação Criminal da CPLP, dada a semelhança de grande parte dos nossos problemas, aprimoremos os mecanismos de cooperação jurídica e judiciária, tornando-os mais expeditos e eficazes”, disse Beatriz Buchili.

O encontro, de três dias e que conta também com a participação de uma delegação do Quénia, tem o apoio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.