Donald Trump, os seus filhos mais velhos e sócios foram esta sexta-feira condenados por um juiz de Nova Iorque a pagar 355 milhões de dólares (cerca de 325 milhões de euros), depois de terem sido considerado culpados de fraude fiscal ao longo de uma década.

Arthur Engoron, o juiz de Nova Iorque, determinou que o antigo Presidente dos Estados Unidos da América modificou os números do balanço financeiro da sua empresa e, para além da avultada quantia financeira que terá de pagar, Trump e dois executivos também estão proibidos de fazer negócios no estado de Nova Iorque durante três anos. Já os seus filhos receberam uma punição idêntica mas de dois anos.

Segundo o juiz americano, citado pelo The Guardian, o ex-chefe de Estado adulterou o seu património líquido até cerca de dois mil milhões de euros nas demonstrações financeiras anuais que são enviadas a bancos e seguradoras. Para Engoron, “os factos e as testemunhas especializadas dos réus simplesmente negaram a realidade e os réus não aceitaram a responsabilidade nem impuseram controlos internos para evitar futuras ocorrências”.

Já Letitia James, a procuradora-geral de Nova Iorque, acrescentou que os ativos cujos valores foram alterados incluem a propriedade de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, o seu apartamento de cobertura na Trump Tower, em Manhattan, e vários edifícios de escritórios e campos de golfe. Para chegar ao valor de 325 milhões de euros, James somou os alegados ganhos de Trump com estes negócios, os bónus pagos aos funcionários da sua empresa que estiveram envolvidos nas ilegalidades e o lucro obtido de forma fraudulenta em dois negócios imobiliários.

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Os advogados de Trump já tinham dito, antes mesmo da sentença, que iriam recorrer. Mas o político republicano enfrenta mais casos na justiça norte-americana,

Na quinta-feira, foi decidido por um tribunal de Nova Iorque que o julgamento do ex-Presidente dos Estados Unidos sobre o alegado pagamento a uma ex-atriz pornográfica para ocultar um caso extramatrimonial vai iniciar-se conforme programado, em 25 de março.

O juiz Juan Manuel Merchan aproveitou um atraso num outro processo judicial – que decorre em Washington, em que Trump é acusado de conspirar para anular os resultados das eleições presidenciais de 2020 e que ficou suspenso por causa de um recurso da defesa — para justificar o não adiamento deste julgamento. A decisão anunciada significa que este caso será o primeiro de quatro processos criminais em que Trump está envolvido a seguir para julgamento, num total de 91 acusações.